Tantas coisas…
Querem mesmo saber?
I.
… as balas perdidas.
II.
… as vidas que se perdem.
III.
…o tempo que se vai
na vã espera ,
em reuniões vazias,
na fila do banco,
em coisas cacetes
em intermitentes
blábláblás …
IV.
… as figuras que imaginava ver nas nuvens.
V.
… os que insistem em ser sozinhos.
VI.
… os amigos que debandaram.
VII.
… os sonhos que me escapam
entre os vãos dos dedos.
VIII.
… as meias-verdades que ouço. Mentiras inteiras.
IX.
… se o País tem jeito? Acho que não…
X.
… se o brasileiro ainda é um forte?
Presidente, presidente!!!
XI.
… por que sonho sempre
que ainda moro na velha casa,
onde vivi minha infância?
Êta, Cambuci, véio de guerra…
XII.
… as noites que a saudade roeu a roupa
deste esfarrapado rei de Roma.
XIII.
… as vezes que ouvi os blues do Djavan.
“Assim que o dia amanheceu.
Lá no mar alto da paixão…”
XIV.
… o nome de quem escreveu:
“Sol da manhã.
Sol esquivo da manhã.
Felicidade, teu nome é…”
Guardei os versos.
Mas, não a autoria.
Lembrei você.
XV.
… será que vou voltar
aos velhos tempos de mim?
XVI.
… o que ela quis dizer?
— Por enquanto, não.
Nunca?
Mas…
Se o resto é mar…