O Blog estava no começo, menos de um mês de vida, engatinhava.
Vivíamos, como agora, aflições e dúvidas de uma acirrada campanha eleitoral – que, em nada, nos envaidece.
Lula era candidato à reeleição.
Aproveitei a ocasião para, em três posts, falar sobre a história dos debates eleitorais na TV.
Queria que meus cinco ou seis leitores, certamente mais jovens que eu, entendesse a origem de toda aquela falação sem graça e, muitas vezes, sem sentido.
Os textos reunidos estão na seção Parangolés, deste modesto site – 12 de outubro de 2006.
Quem quiser pode conferir.
II.
O que não disse lá, que posso dizer aqui, passados oito anos daquele papo, é o seguinte: tenho a impressão que os únicos ‘pegas’ que influenciaram a decisão das urnas foram os de 1985 (quando o jornalista Boris Casoy perguntou ao candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso, se ele já havia fumado maconha e se acreditava em Deus) e os de 1989 (quando o Jornal Nacional fez uma edição tendenciosa pró Collor no debate que este travou com Lula um dia antes).
Desde então – e em face das críticas contundentes que a Globo recebeu – tantos os candidatos como suas assessorias e mesmo os organizadores dos debates cuidaram de engessar os programas com regras e normas, frases feitas e números e perguntas rocambolescas e generalistas.
Queriam evitar deslizes. Os primeiros, com medo de perder votos. Os segundos, para não por em risco a abalada credibilidade de seus noticiosos.
Vamos combinar, virou uma chatice.
III.
Tenho lá minhas dúvidas se alguém – em sã consciência – pode mudar sua intenção de voto por causa do desempenho deste ou daquele em um debate.
No fim da noite de terça, a Globo promoveu o encontro dos candidatos ao Governo do Estado. Foi de doer de ruim. Os candidatos bateram em Alckmin, o favoritaço, que os ignorou. Sem brilho e/ou qualquer poder de convencimento.
Hoje, a Globo realiza o último debate entre presidenciáveis antes do primeiro turno do pleito. Há certa tensão no ar. As pesquisas subiram, desceram, deram cambalhotas e, por fim, voltaram ao patamar de abril passado.
Hoje é o último dia da campanha eleitoral no primeiro turno.
IV.
Não sei o que nos espera.
Temo, no entanto, que o que fique para a história desses programas seja a tosca intervenção de Levi Fidelix.
Triste que, entre as gerações futuras, este momento da nossa história seja lembrado por depoimento tão deplorável e, em todos os aspectos, indigno de um candidato à Presidência.