"Com os punhos fechados, não se pode trocar um aperto de mão" (Indira Ghandi)
01. A história de Madre Paulina, para nós de Gazeta do Ipiranga, começou em 1988. O jornalista Ismael Fernandes descobriu que estava em andamento o processo de beatificação da madre que viveu e morreu no Ipiranga. Em sucessivas reportagens, o saudoso amigo e repórter revelou que, no bairro, a futura santa passou a maior parte de sua vida. Aqui, fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e semeou virtudes como solidariedade e amor a Cristo e, por extensão, à toda humanidade.
02. Ismael sempre que visitava a sede da Congregação, na avenida Nazaré, onde estão os restos mortais e há um museu em homenagem à madre, voltava entusiasmado com a possibilidade da beatificação e posterior canonização. Considerava uma questão de tempo, tantas e tão valiosas eram as lições de vida da Madre Paulina. Entendia que não tardaria o reconhecimento dos milagres, necessários para o andamento e a validação do processo.
03. Em meio a tantas lições, houve uma história, de coragem e desprendimento, que revelou a grandeza de caráter de Madre Paulina bem como sua inquestionável vocação para servir a Deus.
04. Como fundadora, madre Paulina também exercia a função de superiora da Congregação que, por sua vez, crescia a olhos vistos. Dia a dia, aumentavam o atendimento aos doentes e desamparados e, principalmente, às crianças. Outros núcleos foram criados e, com igual rapidez, espalharam-se pelos estados brasileiros e depois pelo mundo. Era um desafio administrar uma instituição com tamanha complexidade e propostas tão enternecedoras.
05. Foi quando em São Paulo houve uma mudança do bispado. O novo bispo, por uma visão pessoal, achou que Madre Paulina já não correspondia às expectativas da própria Congregação que criara e decidiu destituí-la da função de superiora.
06. O que fez então a Madre? Transferiu-se da sede da Congregação para um convento em Campinas e lá, como se o tempo não tivesse passado, recomeçou praticamente do nada o atendimento aos doentes, ao pobres, aos velhos e às crianças. Era uma como outras tantas irmãzinhas, com as mesmas tarefas diárias, que incluíam fazer comida, lavar, passar, entre outros tantos serviços.
07. E, contava Ismael, um leitor assíduo de sua biografia, não havia qualquer constrangimento na realização dessas incumbências. Madre Paulina era sinônimo de empenho, carinho e dedicação. Um belíssimo exemplo. O que realmente lhe importava era servir a Deus e ao próximo.
08. Gosto de ler sobre a vida dos santos. Eles inspiram modelos de retidão e coragem. Noto que, em muitos deles, a vocação religiosa é o caminho que trilham para consagrar, a cada passo, a construção de um mundo menos injusto, de valores mais verdadeiros e construir a paz. Que Madre Paulina nos abençoe em nosso trôpego e humilde caminhar.