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Uma pitadinha histórica

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In memorian ao jornalista Roberto Avalone, criador da expressão que dá título ao post

Ara, sô, que confusão!

A leitora/amiga Zezé Nobrega me parabeniza pelo dia de ontem, 29 de janeiro –  Dia do Jornalista.

Uia!

Agradeço, mas não mereço, pois sequer sabia da tal comemoração.

Olha que milito na dita-cuja imprensa brasileira desde mil novecentos e lá se vão bolinhas e nunca me dei conta da data.

Sempre soube que era 7 de abril ou 10 de setembro.

Zezé oportunamente me esclarece: diz que foi o Facebook que a avisou.

Quem sou eu para não ficar honrado com a lembrança da amiga e ainda por cima duvidar da portentosa entidade chamada Facebook?

Eu, hein!

Em todo caso, faço uma rápida pesquisa nos alfarrábios que usava quando dava aula de História do Jornalismo e descubro que sou um manezinho desmemoriado; mas não tanto assim.

Há uma profusão de datas, a partir de fatos mais ou menos marcantes, que são citadas e para reverenciar “o trabalho e dedicação de todos os jornalistas”.

A saber:

24 de janeiro – Data do padroeiro da profissão, São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja Católica. (Sempre pensei que fosse São João Batista por ter anunciado a vinda do Cristo Salvador. )

29 de janeiro – Homenagem ao jornalista e abolicionista José do Patrocínio que morreu, nesta data, em 1905. (Faz todo sentido!)

16 de fevereiro – Dia do Repórter. Sem justificativa, mas bem lembrado e merecido. A reportagem é a essência da profissão. (Todo repórter é jornalista. Nem todos os que se dizem jornalistas são repórteres.)

 07 de abril – Criado e instituído pela Associação Brasileira de Imprensa em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, em 22 de novembro de 1830. (A partir desta tragédia, ocorreu um levante popular que culminou com a abdicação de D. Pedro I.)

03 de maio – Considerado o Dia do Jornalista por ser a data da Liberdade de Imprensa, decretada pela ONU em 1993. (No comments.)

01 de junho – Data da circulação do primeiro jornal brasileiro, o Correio Brazilliense, editado em Londres, por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, em 1808. (*)

10 de setembro – Até 1999, o Dia da Imprensa foi comemorado nessa data. Atribuía-se então à Gazeta do Rio de Janeiro, jornal oficial do Império, a primazia de ser o pioneiro a circular no país, também no ano de 1808. Seu editor era Frei Tibúrcio José Rocha.  (*)

(*) Uma pitadinha histórica.

Ai, ai, ai.

Ouçam esta: o primeiro jornalista de oposição na Imprensa nativa foi por muitos e muitos anos considerado o brazuca Hipólito José da Costa, fundador e editor do Correio Brazilliense. Ele defendeu ideais republicanos, mas estranhamente recebia uma sinecura do imperador Dom João VI para garantir a sobrevivência em Londres. Lá Hipólito se refugiou assim que a Família Real migrou, fugida e corrida do exército de Napoleão, para o Brasil e a Inquisição passou a persegui-lo em Lisboa.

Está no livro 1808, de Laurentino Gomes.

Confesso: há um teretetê bem estranho no DNA do jornalismo brasileiro.

Olaia…

Hã?

Os amigos querem saber qual deveria ser o dia mundial da Imprensa e dos jornalistas (já que um não existiria sem o outro e versa e vice)?

Aí, vocês estão querendo demais!

A Zezé não me perguntou nada disso.

Mesmo assim, vamos lá…

Se levarmos em consideração o maior número de pessoas batendo bumbo pra data seria o 8 de novembro quando 1,3 bilhões de chineses reverenciam a Imprensa que, por aquelas bandas, diga-se, come o pão que o mandarim amassou e não é tão livre assim.

Se perguntarmos ao Trump (uia, que coragem!), ele irá rosnar entre os dentes e dirá 8 de agosto que é quando, nos EUA, todos aplaudem a Imprensa livre e democrática, menos ele.

E segue o jogo…

A trilha sonora fica por conta dos tempos em que o fechamento dos jornais invadiam a madrugada – e, depois, missão cumprida, a reportada se refugiava nos confins da noite, nos bares e botecos da cidade que nunca dormia… Quem viveu, viveu. Quem não viveu, que fique sabendo, pois… Assim é que era…

 

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