“É reconhecidamente importante para os regimes democráticos uma imprensa livre, independente e forte. Dir-se-ia mesmo que, por meio do chamado quarto poder, a Nação pode dar sinais de vida e realização. Quem não se lembra, por exemplo, das manifestações dos caras-pintadas, que derrubaram o Fernando Collor da presidência, ou num passado mais remoto a extraordinária manifestação pelas diretas-já em 84.
Num momento como o atual, de ampla efervescência política e social, com diversas matizes partidárias atirando para todos os lados, de olho firme no pleito de 98, a função social da Imprensa assume uma relevância singular. Nada mais, nada menos, cabe ao jornalista documentar, refletir, formar a expressão do pensamento social. E ele deve trabalhar nesta tarefa com seriedade e firmeza de propósitos. A verdade é a meta. Afinal, não se entende a democracia atrelada a interesses outros que não sejam a preservação da própria verdade, da justiça e do bem-comum.
Jornais e jornalistas se propõem, com seu trabalho, a esclarecer a opinião pública com objetividade e precisão. A verdade está acima de tudo porque é agente transformador da sociedade. E se fundamentam num ponto inarredável: a defesa, ampla e irrestrita, do direito de todo cidadão a livre manifestação de seus ideais e opiniões. A máxima de Voltaire se faz sempre presente: "Posso não concordar com uma só das suas palavras. Mas, defenderei sempre o direito que tem de dizê-las".
*Escrevi o texto acima em junho de 1997 (faz parte do ebook “Das Coisas Simples, Sensatas e Sinceras”, publicado pela Amazon.com, ano passado. Meu alerta continua valendo…