XXXI.
Quem viveu há de se lembrar: entre 2013 e 2014, o País foi sacudido por manifestações contínuas por motivos os mais diversos,
Era recorrente o refrão que turba cantava à exaustão:
“Não vai ter Copa!
Não vai ter Copa!”
Teve.
Com relativa tranqüilidade, diga-se.
A gringaiada que nos visitou até que ficou bem impressionada com os encantos do pa_tro_pi.
(Saltemos esse momento que, no âmbito esportivo, revelou-se uma catástrofe sem precedentes. A seleção brasileira em campo foi um fiasco.)
XXXII.
Assim que a Copa terminou, a campanha eleitoral começou pra valer, com os barões dos votos bradando suas armas para todos os moinhos. O embate foi dos mais contundentes – e raivosos – da história recente do País.
Como de hábito dezenas de contendores se alinharam na linha de partida. Sobraram bordoadas para todos os lados. Mesmo assim, Dilma (contrariando todas as expectativas), Aécio e Eduardo Campos despontaram como favoritos.
Uma das contendoras, Marina Silva, não conseguiu homologar sua candidatura por um vacilo junto à Justiça Eleitoral. Seu partido, a Rede, não conseguiu registro em tempo hábil.
Marina, que já havia concorrido em 2010, bandeou-se para o PSB, causando muito barulho na corrida eleitoral e uma significativa mudança nas pesquisas de intenção de votos.
O que mais chamava a atenção, no entanto, era o clima absolutamente bélico que pairava entre os candidatos.
Não preciso dizer, mas digo, que a mídia aproveitou essa atmosfera de FlaFlu e, não seria exagero dizer, que ateou um tantinho mais de combustível nessa fogueira.
Inevitável que essas dissensões repercutissem junto ao eleitorado e, também ali, cavasse um profundo buraco entre os diferentes.
XXXIII.
Nada, nada mesmo, se comparou ao espanto que todos viveram – eleitores e candidatos – quando aconteceu a trágica morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo.
Foi em agosto quando Campos se consolidava na vice-liderança das pesquisas de intenção de votos e já se prognosticava um ascensão de seu nome junto a outros tantos segmentos da sociedade brasileiras – especialmente, no Sul e Sudeste.
Importante salientar que estava claro para muitos a construção de uma candidatura que fosse anti-Dilma. Que satisfizesse todo o espectro de descontentamentos que havia em relação a Dilma, a Lula e ao que se denominou de lulo-petismo.
Nesse sentido, Eduardo Campos era o nome mais promissor.
XXXIV.
O trauma perdurou por alguns dias, mas não amainou o tom das discussões em torno dos nomes dos candidatos.
O inevitável se deu: Marina assumiu o lugar de Campos na cabeça da chapa do PSB e também disparou nas pesquisas.
Os então favoritos Dilma e Aécio trataram de, cada um a seu modo, desestabilizar a nova candidatura com críticas pesadas.
A temperatura subiu no horário eleitoral e na cobertura da mídia sobre a corrida presidencial.
XXXV.
Esse rodamoinho de fatos e novidades, de troca de farpas e acusações, caracterizou as últimas semanas da campanha.
As forças se equilibravam – e foi-se para a votação do primeiro turno com um cenário não muito claro de quem sobreviveria à vontade das urnas.
Votos apurados. Deu o óbvio.
Dilma e Aécio disputariam palmo a palmo o segundo turno.
*Amanhã continua…