Há tempos conheço a professora doutora Verònica Aravena Cortez.
Ela é minha colega, aqui, no curso de Jornalismo da Universidade Metodista.
Confesso nunca a vi tão feliz.
Pude ver o tamanho desse contentamento ontem ao encontrá-la na solenidade de lançamento do livro “Memória Social – Chilena Tú Eres Parte, No Te Quedes Aparte”, que reúne relatos existenciais de mulheres chilenas que vivem fora de seu país – a maior parte delas em São Paulo.
Trata-se, pois, de um projeto de construção coletiva, inspirado na tese de doutorado da professora Verònica Aravena Cortez, com o respaldo da ONG Presença da América Latina.
Ela e Oriana Jara coordenaram as reuniões semanais e a coleta dos relatos que compuseram o entrecho do livro. Na apresentação, aparecem como organizadoras da obra, que dedicam à Michèle Bachelet Jeria, Mónica Allende Serra, Alícia Del Valle y Cecília Gallardo Neira “e a todas as mulheres imigrantes que, como nós, souberam trilhar caminhos, abrir veredas e dizer que sim ou que não.”
A cerimônia aconteceu no belíssimo Espaço Cervantes, na avenida Paulista.
O trabalho, bom que se diga, transcende o mero registro documental; é tocado à pura sensibilidade.
Parabéns a todos os participantes.
Durante a cerimônia, Michèle Bachelet foi citada várias vezes. Em uma dessas falas, lembraram a sábia colocação da ex-presidente do Chile:
“Quando uma mulher faz política, a própria mulher se transforma. Quando várias mulheres fazem política, transforma-se toda a sociedade”.
Bons augúrios para um país que espera ansioso a posse de sua primeira presidente do sexo feminino.
Por falar em augúrios, que sensação boa ver uma amiga tão próxima viver um momento tão pleno, tão harmonioso.
Aliás, creio que vale fazer um reparo: não era apenas a amiga Verònica que estava feliz.
Todos ali transbordavam felicidade – e um justificável orgulho da condição latina, em um reduto por excelência hispânico, localizado na avenida que é o coração da maior cidade do Brasil.
