Lá se vão 20 anos…

Foto: Cena do filme Primeira Página, com Jack Lemmon e Walter Mathaus/Divulgação

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Tirei uns bons dias de folga para pensar e repensar nosso Site/Blog.

Explico a razão.

Lá se vão 20 anos de corre nesse ainda desconhecido e insondável universo da comunicação digital.

Ainda sou – e sempre serei – um cronista de jornal…

Hoje, sem mais o jornal e longe da lida na universidade…

… me sinto um areal de dúvidas

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Uma pitadinha histórica, pois.

O site propriamente dito começou lá nos idos de 2003.

Lá se vão 20 anos…

Quem diria?

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Surgiu como um suporte de apoio à minha atuação como professor de Jornalismo. Abrigou textos escolhidos, de autores vários e específicos, que serviam para ilustrar e fundamentar minhas conversas em sala de aula. Também era abrigo, registro e arquivo para reportagens, artigos e outros textos produzidos por mim nas várias redações pelas quais andei.

Havia dois ícones mais específicos.

Um para a minha dissertação de mestrado Museu do Ipiranga – A Nova Imagem de Uma Instituição Centenária, concluída em 2000.

Outro para o registro digital do meu primeiro livro, lançado em 1997, a coletânea de crônicas Às Margens Plácidas do Ipiranga.

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Não me peçam para fazer uma avaliação desse período.

Não tenho métrica adequada para tanto.

Sou simpaticamente suspeito para julgar.

Diria apenas que…

O número de visita ao site era de razoável para bom.

Em sala de aula, os alunos me pareciam saber da existência da plataforma.

Quase sempre a consultavam (especialmente em época de provas e exames) para dirimir dúvidas.

Alguns comentavam comigo esse ou aquele artigo.

Houve um que se encantou com uma crônica que postei, de Rubem Braga (Doutores Jornalistas), sobre a criação da primeira escola de jornalismo no Brasil. Foi no Rio de Janeiro, em 1939.

Enfim…

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Para época, creio, o site cumpriu sua função.

Mas, não havia interatividade como hoje se entende e temos a valer.

Fiquei com uma fugaz fama de professor-moderninho nas universidades em que trabalhava.

Logo, porém, novas ferramentas o deixaram algo obsoleto.

Era algo estanque, fixo, com trabalhosa dificuldade de atualização de textos e imagens.

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Demos uma repaginada na formatação e tal – mas, num segundo momento, o site virou mesmo um belo arquivão de textos. As imagens eram raras.

Vale ressaltar que o ritmo das aulas e dos temas discutidos em sala era mais frenético.

Mudava a cada semana.

Convenhamos, o que é natural para o bom ensino de Jornalismo.

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Em 2006, precisamente no dia 25 de setembro, estreamos timidamente o Blog.

O site foi inteiramente reformulado.

Foi um passo adiante – e transformador.

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No cotidiano desse infinito blogar, o jornalista/cronista/contador de causos tomou o espaço do professor e, vá lá, pesquisador na área da comunicação.

O Blog ofuscou as demais áreas do site.

A coisa toda se deu naturalmente, acredito.

Diria que o público alvo se ampliou para além do alunato.

A bem da verdade, na essência, sempre me senti um jornalista em sala de aula.

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Desconfio até que me viam assim estudantes, outros professores e quem estava ao meu redor na Academia.

Gostava de dar aulas, estar no campus, trocar de ideias, conviver com a moçada e cousa e lousa e maripo(u)sa.

Mas, serei sincero: gosto mesmo de escrever.

E sentia falta da magia desse contato diário com eventuais leitores.

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Desde então, amigos, são 4470 postagens.

Período em que publiquei sete livros e dois e-books. Seis deles surgem de textos (adaptados ou não) nascidos e postados no Blog.

De quebra ainda rumino o projetinho, com a mesma procedência, de mais dois outros títulos em andamento.

Uma longa e prazerosa jornada.

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Tinha 55 anos quando comecei com o Blog.

O mundo era outro.

Não sei se melhor ou pior.

Sei que era diferente.

Menos polarizado, talvez.

Havia o certo e o errado.

E a valorização do diálogo.

Escrever sempre foi o desafio, minha pedra filosofal.

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Mas, isso é uma conversa que deixo para amanhã.

Afinal 20 anos não são 20 dias.

E a divagação sobre o Site/Blog promete se estender por alguns dias…

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Por hoje quero ainda registrar dois agradecimentos, digamos, operacionais.

Ao meu sobrinho Thiago (que viabilizou o site/blog com seus conhecimentos na área digital, inclusive cuidou zelosamente da repaginação atual, ocorrida em 2017) e ao filhão Rodolfo (que me socorre nas artimanhas da nova era sempre que preciso, e preciso muito) enquanto eu vou me habituando às mil e uma possibilidades que se abrem para a Comunicação neste terceiro milênio.

A propósito, essa plêiade de possibilidades impossíveis (aos olhos da minha geração) é algo que me angustia e inspira – certamente, escreverei sobre…

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EFEMÉRIDE – LÁ SE VÃO 50 ANOS…