Morreu a atriz Wilza Carla, aos 75 anos.
Parece que eu já havia lido a notícia.
Me sinto estranhamente surpreso.
II.
A notícia curta na internet dava conta do que sabe sobre ela qualquer um com idade aí por volta dos 50.
Foi vedete, atriz, e jurada do programa Sílvio Santos.
A lembrança mais pontual que se tem dela foi o de interpretar a Dona Redonda, na novela Saramandaia.
No realismo fantástico de Dias Gomes, Dona Redonda explode de tanto comer.
III.
Vejo tantas coisas na TV. Tanto aparato tecnológico, tantas modernidades, tantos pseudos gênios; nada, porém, que se compare à grandeza dos trabalhos de Dias Gomes.
Um autor que marcou sua época e a história da TV brasileira.
Pouco nos lembramos dele.
Assim como havíamos esquecido completamente de Wilza.
IV.
Ela também deu sua generosa contribuição à trajetória de sucesso da TV e ao showbiz nativo.
Além da participação em vários filmes, fez teatro e foi dona de uma casa de espetáculos lá nos baixos da rua Augusta.
Foi uma figuraça que sempre irradiou beleza (no seu tempo de vedete) e alegria (no desenrolar de sua carreira).
V.
Triste constatar como em tempos tão midiáticos, da comunicação globalizada e em tempo real, a memória de nossa gente não vai além do email que disparamos hoje pela manhã.
Com problemas de saúde (o diabetes agravado pela obesidade), ela saiu de cena; seguramente, não por vontade própria.
VI.
Não é exagero dizer que o abandono a que se viu relegada foi o fardo que
carregou nesses anos todos de anonimato.
O esquecimento de todos foi sua primeira morte.
A deste sábado, a segunda e definitiva.