Foto: Divulgação
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Leio que o álbum/homenagem de Xande de Pilares a Caetano Veloso está entre as 10 músicas mais tocadas no Spotify no mundo todo.
Deduzo por intuição que deve ser algo importante pra caramba.
Algo que antigamente chamávamos de ‘parada de sucessos’.
Eram famosas as mais mais da Billboard.
Quem se lembra?
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Tinha 16 pra 17 anos, trabalhei numa loja de discos, ali nas imediações do Largo São Francisco, centro de São Paulo. Lembro que toda a semana passava um pesquisador na loja. Queria saber quais os discos mais vendidos entre compactos simples e LPs.
Walter, o gerente, passava as informações para o rapazote.
A turma levava a sério essa listagem.
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Havia até programas de rádio e de TV que se baseavam nos borderôs de vendas.
O mais importante desses programas, desconfio, era transmitido aos sábados à noite pela TV Record. Chamava-se Astros do Disco.
Tinha toda uma solenidade as apresentações dos intérpretes que, pasmem!, se dava ao vivo.
Foi a primeira vez que vi João Gilberto em cena na tela da TV lá de casa. A mastodôntica Invictus, com pés de palito, 21 polegadas. Em preto e branco, óbvio.
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A canção era “Chega de Saudade”.
João, de smoking, foi anunciado pelo apresentador Randal Juliano para defender o segundo lugar.
Em primeiro apareceu a baladona “Sereno”, com o cantor pernambucano Paulo Molin
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Meu Deus? Quando foi isso?
Fim dos anos 50.
Onde fui parar a partir de uma despretensiosa notícia de pé de página?
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De qualquer forma, aproveito a deixa para elogiar o belíssimo trabalho de Xande de Pilares que, confesso, pouco conhecia.
Muito justo essa, digamos, conquista.
Jogar luz à resplandecente obra de Caetano Veloso nunca é demais.
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Aproveito para postar outra canção do álbum.
Adorei a leitura que Xande fez para “Tigresa”, que Caetano fez inspirado em Zezé Motta, Sônia Braga e Regina Casé.
Ouçam!
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O que você acha?