Nem tanto ao mar, nem tanto a terra…
Abençoados os que professam a virtude do equilíbrio e, digamos, da sensatez que propõe a frase supracitada. Há que se reconhecer, no entanto, que uma pitada de loucura dá um tempero especial à vidinha nossa de todos os dias.
Talvez essa passionalidade valha para o sonho, para o amor…
Mas, convenhamos, ao jornalismo, esse ponto de eqüidistância é fundamental.
Principalmente para não criar expectativas falsas nos ilustres leitores. E assim consagrar seres falíveis – como eu, como você – em celebridades instantâneas, mitos e afins.
Tenho observado fatos nos diversos segmentos da mídia que me preocupam.
Ao contrário de informar, desinformam e complicam o entendimento deste complexo mundo em que vivemos.
Querem ver.
Foi notável a eleição de Barak Obama como presidente dos Estados Unidos. Pela história de vida, pelo que representa para a ‘Grande Nação’, pela possibilidade de uma política menos bélica.
Que fique certo, porém, Obama é uma esperança.
Nada está resolvido, lá por cima – e há muito que ser feito.
O outro lado da moeda também ganha manchetes garrafais e atemorizantes. A crise da Economia americana é anunciada com a grande avalancha que vai levar o caos às economias mundo afora.
Na visão dos economistas, preparem-se:
É o fim dos tempos.
Solução ninguém apresenta para conter a bola de neve montanha abaixo.
Mas, quasquasquas é o que não falta…
Vou lhes confessar.
Desde o caso Eloá, a garota assassinada em Santo André, ando um tanto desconfortável com os meus pares, jornalistas. A cobertura pautou-se pelo sensacionalismo exacerbado e pela incontrolável ânsia de alavancar a audiência e/ou a venda dos jornais e revistas.
Sei que a generalização incorre em erro. Que me perdoem os que pautaram pela correção, mas de um modo geral a cobertura colaborou para o desfecho.
O show da vida acabou em tragédia…
Pior: ainda hoje alguns continuam a explorar o rescaldo do triste caso. Na semana passada, vi a menina Nayara, a amiga de Eloá, em fotos nos jornais ao lado dos jogadores do Santos – e não acreditei.
Pensei comigo: virou celebridade.
Até que surja outra Isabella, Eloá…
* (O post de hoje me pareceu fora de tempo. Mas, acreditem, estava com esse texto entalado. Jornalistas não gostam de falar deles mesmos. Enfim… YouTube não é jornalismo.)