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Título: O tsunami
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 09/10/2008
 

Tal qual um mágico ilusionista, Maluf tirou da cartola o nome de Celso Pitta para concorrer às eleições municipais de 1996 em São Paulo. Duas correntes do malufismo digladiavam-se para receber as bênçãos do poderoso chefão. Eram lideradas por dois chefes políticos representativos no clã, Salim Curiati e Calim Eid.

Em 98, o chefão Maluf voaria para os Bandeirantes ou para o Planalto.

Quem herdaria a cidade?

Para não desgostar nenhum deles – e não ver o malufismo rachado --, a solução foi o PPS indicar o ex-funcionário das empresas da Família Maluf e que, nos últimos anos, respondera pela Secretaria Municipal das Finanças.

A seu favor, Celso Pitta tinha alguns pontos. Era um novo nome no cenário político. Estudara em Londres, tinha gestos contidos e fala pausada. Era um negro bem-sucedido, o que, além de quebrar uma série de estigmas sociais, poderia trazer às lides malufistas uma simpatia das chamadas minorias.

Desde a célebre – e infeliz – frase “Estupra, mas não mata”, Maluf aumentara sua péssima fama e a fama de intolerante.

A verdade é que, mesmo com todo esse cabedal, o afilhado não fazia jus aos índices de popularidade do chefão. A candidatura Pitta não decolava – as pesquisas o colocavam atrás dos candidatos Luiza Erundina (PT) e José Serra (PSDB).

Suas chances eram remotas...

Até que entrou em cena um brinquedinho publicitário que se denominou Fura Fila.

Foi a vez do marketing político brincar de ilusionismo na TV.

Exibida à exaustão no horário gratuito eleitoral, a animação de um ônibus a cortar o trânsito e ligar a cidade de um ponto a outro encantou os espectadores/eleitores. Mais ou menos nos moldes das Organizações Tabajara, o brinquedinho anunciava algo como: “seus problemas acabaram”.

Oportunamente, aproveitou-se o tampão sobre o rio Tamanduateí para “comprovar” que a obra inclusive estava em andamento. E foi na base do “me engana que eu gosto” que o paulistano foi às urnas e transformou Celso Pitta em prefeito de São Paulo.

Ele derrotou Erundina no segundo turno – e os mais sensatos já anteviam: era inevitável o tsunami que arrasaria a segunda maior cidade do hemisfério sul...

 
 
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