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Título: Criador e criatura
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 10/10/2008
 

Não durou muito a harmoniosa convivência entre criador e criatura pelos corredores e salas da Prefeitura paulistana. Tão logo se assenhoreou do cargo, Celso Pitta, tratou de desmontar o staff de correligionários de Maluf que ocupavam secretarias, subprefeituras e outros postos chaves da administração municipal.

Não estava combinado assim.

Mas, assim foi...

Aliás, como já ocorrera tantas outras vezes na vida e, principalmente, na política. Era ainda recente o litígio entre Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury Filho que o sucedeu como governador de São Paulo em 1990. De um secretário desconhecido, Fleury foi alçado ao Palácio dos Bandeirantes pelas bênçãos e máquina do chefe. Meses depois – será que chegou a tanto? – estavam rompidos.

Pitta repetia a história.

A cada dia sentia-se mais à vontade para trocar assessores e secretários e montar uma equipe própria. Que, de resto, não inspirava confiança em ninguém.

Começou, então, uma luta pela sobrevivência dentro da própria Prefeitura que se espalhou entre os diversos escalões. De alguma forma, consagrou-se entre os malufistas empregados na Municipalidade a célebre frase:

Quem não foi ou é ou será... desempregado.

Para deixar a situação mais instável, os demitidos saíam botando a boca no trombone. Deu-se uma enxurrada de denúncias de esquemas que funcionavam em sob o toldo da Prefeitura. Instalou-se o caos na administração pública. Máfia dos Camelôs. Máfia das Regionais. Vereador situacionista preso por levar ‘bola’. Escândalos nas secretarias.
Mas a grande bomba estava por explodir...

Foi a vez da esposa do prefeito, Nicéia Pitta, ir ao Globo Repórter e desancar o marido e suas tramóias como alcaide paulistano.

Pitta foi ameaçado de impeachment. Chegou a deixar o cargo por uma ação da Justiça – assumiu o vice Régis de Oliveira, que uma semana de glória –, mas foi logo reconduzido também por decisão judicial.

Ele conseguiu terminar o mandato e as pendências até hoje se arrastam nos tribunais.

Para a cidade, o estrago foi descomunal.

 
 
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