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Título: O decisivo apoio dos artistas
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 15/10/2008
 

Meus caros cinco ou seis leitores, vou lhes dizer porque, sabe bem vocês, que nada lhes escondo.

Li ontem aqui mesmo na home do UOL, antes de ser lindamente repaginada, que “artistas estavam pedindo votos para Gabeira no Rio de Janeiro”. A notícia falava dos apoios que o cantor/compositor Caetano Veloso e a cantora Paula Toller expressaram em seus respectivos blogs à candidatura do parlamentar àquela Prefeitura.

Longe de mim de querer me imiscuir em pleito alheio, eleitor que sou em Sampa. Mas, perdoem-me caríssimos, se vou escapar do que os descolados, alternativos e afins entendem como”politicamente correto”, mas se faz incontrolável o desejo de registrar aqui duas breves histórias de eleições relativamente recentes com a participação ‘decisiva’ de artistas.

Se os amigos já forem entrados nos trinta e tantos, hão de se lembrar do mutirão de artistas de todos os naipes e calibres que participaram do clip de apoio a Lula para presidente em 1989. Atores, atrizes, o pessoal da MPB, diretores de novelas e de teatro – o que vocês imaginarem de relevante nas artes cênicas e musicais apareceu no horário eleitoral, repetida vezes, a cantar o singelo refrão:

Lula lá...
É a esperança.
Lula lá...

E por aí seguia a canção.

Era uma celebração. Todos lindos, de branco, sorridentes a cantar...

Lula lá...

Nas urnas, deu Fernando Collor que contou como raquítico apoio de Marília Pêra e Cláudia Raia.

(Por um bom tempo, as duas foram olhadas como “traidoras” da causa pública pelos seus pares e pela mídia.)


A outra historinha bem emblemática ocorreu, anos antes, aqui mesmo em São Paulo. E também num pleito municipal. O sociólogo e senador Fernando Henrique Cardoso era o favorito das pesquisas, da intelectualidade e dos artistas para eleger-se prefeito de São Paulo. Lembro do moço fazendo campanha no centro de São Paulo, ladeado pelas belas Regina Duarte e Maitê Proença. Recém-chegado de Paris, era só sorrisos e certeza da vitória.

Seu adversário era a sombra do passado, do retrocesso, do populismo: o ex-presidente Jânio Quadros.

Uma semana antes das eleições, um grande showmício, com a participação de Gil, Chico Buarque, Djavan e a fina flor da MPB, reuniu mais de uma milhão de pessoas nos arredores do Centro de Convenções do Anhembi, naquele espaço onde hoje se localiza o sambódramo paulistano.

Foram horas e horas de cantoria e falação. Alguns chamaram o encontro como “a festa da vitória”.

Mesmo assim, houve a votação porque, tanto no futebol como nas urnas, ninguém ganha na véspera – e o resultado, todos sabem: deu Jânio por uma diferença de pouco mais de 100 mil votos.

O curioso é que, no mesmo dia do showmício, naquele domingo que era para ser histórico, a candidatura Jânio Quadros também fez o encerramento da campanha numa modesta praça no bairro operário da Vila Maria. No mesmo horário, juntou algo em torno de 20 mil pessoas para ouvi-lo discursar e assistir a um show com Moacir Franco e as Irmãs Galvão...

 
 
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