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Título: Ronaldo e Garrincha
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 12/12/2008
 

O amigo Maurício Fernandes avisa:

"No gol do Ronaldo em Rodolfo Rodriguez, o uruguaio jogava no Bahia."

Tem toda a razão. Obrigado pela retificação.

Como diria o Cid Moreira, nos idos do Jornal Nacional:

Desculpem a nossa falha...

II.

Aproveito a oportunidade, no entanto, para retomar o assunto.

Agora, diria no âmbito midiático, como diriam meus colegas nos idos tempos do mestrado.

Ao ver toda a prosopopéia que emissoras de rádio e TV fizeram mais os espaços dedicados nos portais on-line, me foi inevitável lembrar a saga do então repórter Vital Bataglia para dar um furo de reportagem aos leitores do Jornal da Tarde.

Aliás, num episódio muito parecido com este de Ronaldo Fenômeno.

III.

É que em dezembro de 1965 o Corinthians contratou ninguém menos que Mané Garrincha, bicampeão mundial em 58 e 62 e, ao lado de Pelé, a grande sensação do futebol brasileiro naqueles idos tempos.

O Mané das pernas tortas andava pela casa dos 32 anos – e numa fase complicada da carreira: problemas com o joelho da perna direita, o incandescente romance com a cantora Elza Soares e, sobretudo, a dependência do álcool cada vez mais acentuada.

IV.

Àquele tempo, já existia a sirene no Parque São Jorge e soou assim que aportou por ali.

Antes disso, porém, por volta das 10 horas da manhã o repórter foi recebê-lo no aeroporto de Congonhas com uma camisa do Corinthians na mão. Assim que Garrincha desceu do avião, Bataglia pediu a ele que a vestisse para ser prontamente fotografado.

Uma conversa rápida a caminho do carro que o levaria ao Corinthians – e estava feita a entrevista.

V.

Pontualmente, às três da tarde, o JT estava nas bancas, com a reportagem e a foto do Mané ocupando quase toda a primeira página.
Uma proeza e tanto do repórter.

VI.

Fica difícil explicar para as novas gerações o tanto que era trabalhoso colocar um jornal na rua em tão pouco tempo. Não existiam computadores, fotos digitais, essas modernidades. O “fazer jornal” era quase um trabalho artesanal, rudimentar. O processo de impressão a frio (off-set) estava ainda começando e muitos veículos valiam-se do velho e bom chumbão para colocar suas gazetas nas ruas.

VII.

Ontem pudemos acompanhar em tempo real a declaração de amor de Ronaldo ao Corinthians.

Tomara que Ronaldo tenha melhor sorte que Garrincha, no Corinthians.

(Mané fez 13 jogos e marcou dois gols).

Tomara que os jovens jornalistas tenham a mesma ‘pegada’ jornalística do grande Vital Bataglia...

VIII.

Bataglia integrou uma equipe jornalistas irrepreensível no Jornal da Tarde. Os editores eram Edson Stacamachia e Mario Marinho. O chefe de reportagem, ele mesmo: Roberto Avallone. Colunista: Alberto Helena Jr. Repórteres: Vital Bataglia, Marco Antônio Rodrigues, Flávio Adauto, Odir Cunha e saudoso Sérgio Backlanos, o Alemão com seus textos irretocáveis.

 
 
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