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Título: A lente da verdade
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 18/03/2009
 

Na velha redação de piso assoalhado, Clodovil sempre foi assunto. Ora como reportagem, ora dividindo opiniões nas discussões nossas de cada dia que faziam o chão tremer e davam uma áurea especial àqueles dias no já distante passado. Aliás, confesso, os bate-bocas eram bem mais interessantes.

Figura polêmica, controversa e espetaculosa, Clodovil dividia opiniões. Os mais novos – da reportagem, que vinham das faculdades de jornalismo – abominavam a autenticidade que lhe era peculiar e que, desde sempre, passou longe do politicamente correto.

Dois dos nossos o defendiam.

Nasci, o colunista e o mestre de todos os nós, o achava talentoso e divertido. Ele o conhecia dos tempos em que trabalhara na TV Record e o estilista, por este ou aquele motivo, era figurinha fácil nos bastidores dos programas líderes de audiência de então.

-- Ele conquistou o próprio espaço, sem pertencer a grupelhos e ‘panelas’. Vocês não sabem o quanto custa ‘furar’ esses bloqueios.

O colunista de TV, Ismael Fernandes, era outro defensor. Valia-se principalmente da performance televisiva de Clodovil. “Ele tem um raro domínio de cena e sabe falar diretamente com um segmento importante de telespectadores: a dona de casa”, argumentava diante do nariz torcido da rapaziada.

Ismael, um pesquisador da história da TV brasileira, autor da bíblia “Memória da Telenovela Brasileira”, também elogiava a inteligência de Clodovil. Lembrava da participação vitoriosa que ele teve num programa de perguntas-e-respostas, chamado “8 ou 800”. Clodovil discorreu sobre a vida de Dona Beja, personagem da história de Minas Gerais, e ganhou o prêmio máximo.

Só que – pra variar -- criou uma grande polêmica quando foi retirar a bolada. Do 800 milhões prometidos (equivalente hoje a 180 mil) só teria direito de receber em torno de 550 mil. A diferença ficou par o Leão do Imposto de Renda.

Aos repórteres que foram entrevistá-lo (e desconfio que Isma era um deles) propôs, então:

-- Proponho então que se troque o nome do programa para “8 ou 550”...

Falou e olhou para a lente da verdade...

* FOTO no Blog: Caio Kenji

 
 
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