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Título: Eu sou Beto Rockfeller
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 16/06/2009
 

Com este espetáculo o ator Luiz Gustavo percorreu diversas cidades do País ainda no início dos anos 90. A novela Beto Rockfeller foi ao ar em 1968; portanto, vinte e tantos anos depois Tatá ainda dava vez e vida ao personagem mais marcante de sua notável carreira.

Na verdade, ele transformou em um divertido monólogo momentos curiosos de sua trajetória como ator. Desde o dia em que estreou em um TV de Vanguarda...

(* Leia a crônica "Luiz Gustavo", no blog em 04/11/2006.)

... até aquele momento em que andava distante da telinha.

II.

Era uma proposta simples. Pouco mais do que um bate-papo informal. O grande momento acontecia quando lembrava as histórias que viveu durante as gravações da novela da TV Tupi.

Em um de seus causos, ele contou que foi um dos precursores do merchandising na TV brasileira. A Tupi não andava bem de finanças e, via de regra, atrasava o pagamento dos funcionários. Uma situação que, de resto, contrastava com a audiência da novela.

Tatá aproveitou o embalo para faturar uns trocados por conta própria.

III.

Como fazia isso?

Além de ser figura constante nos anúncios publicitários de TV, abriu outra fonte de renda para compensar a ausência de salários. Começou a colocar uns cacos em meio ao texto que faziam referência ao restaurante X, à loja de roupa Y e principalmente ao Engov, medicamento recém-lançado para combater ressaca.

Tatá fez o seguinte trato com o pessoal da agência de publicidade: toda vez que ele dissesse Engov receberia um tanto em reais.

IV.

Capítulo sim e outro também, lá estava o Beto a reclamar para o parceiro Vitório (vivido magnificamente por Plínio Marcos) que havia bebido muito na noite anterior e, então, tomaria um...

-- Engov. Ouviu, Vitório? Eu disse que vou tomar um Engov.

Ou seja, duas vezes Engov; dinheiro em caixa!

V.

Assim foi por semanas.

Até que alguém do Departamento Comercial da emissora desconfiou – e chamou a atenção do ator. Fez mais: proibiu terminantemente qualquer alusão a qualquer marca comercial que não estivesse no roteiro, devidamente faturada pela emissora (que, aliás, passou a faturar com a idéia).

Tatá ainda tentou negociar.

Lembrou do sucesso da novela, que o dia 10 nem sempre era dia 10 na Tupi e cousa e lousa e maripo(u)sa.

O chefão foi definitivo.

-- A partir da próxima segunda-feira, não quero ouvir o Beto Rockfeller citar qualquer produto ou empresa no meio da trama. Estamos entendidos?

Tatá concordou. Que jeito?

VI.

Mas, no melhor estilo Beto Rockfeller, foi à forra no capítulo do sábado, o último antes do prazo dado pelo homem do Departamento Comercial.

O capítulo começa com o telefone tocando. Beto dorme o sono dos justos. Reluta em acordar para atender. Depois de sei lá quantos toques, resolve saber quem é. Era a namorada, vivida por Débora Duarte.

Ouve-se apenas a voz de Beto a desculpar-se:

-- Demorei para atender porque estou com uma enorme ressaca, amor. Vou tomar um Engov. (...) Pois é. Engov, eu disse. O que você quer saber? Engov é Engov, simples. Engov, entendeu? En-go-v... Ah, lembrou, né? Isso mesmo, Engov...

E o assim foi. Falou quinze vezes a palavra Engov e salvou a grana do mês.

 
 
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