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Título: Se a juventude que essa brisa canta...
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 06/03/2010
 

Poderia escrever que Joohny Alf foi um dos precursores da bossa-nova.

(Seu disco “Rapaz de Bem” (1955) é tido por muitos como o primeiro registro do gênero que, três anos depois seria chamado de bossa nova.)

Que era um músico raro, de inspiração jazzística e rara sensibilidade para intuir o novo.

Poderia escrever que a mídia e o grande público deve-lhe um reconhecimento maior, mais justo. Que me é incomprrensível o esquecimento – leia-se marginalização – a que foi relegado ao longo da dedicada carreira enquanto as rádios e as emissoras de TV consagraram tantas e tamanhas nulidades.

(Não cabe citar nomes. Mas, não venham me dizer que cabe tudo no balaio de gêneros e tendências da MPB porque não é bem assim. Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é: fazemos a melhor música do mundo e ouvimos a pior.)

Poderia escrever que, em meio a turbulência da Era dos Festivais, escreveu a obra-prima “Eu e a Brisa”, de um lirismo inimaginável àquela época de contestação e, vá lá!, luta.

Que a canção passou despercebida em uma das eliminatórias do terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record . Não ganhou prêmio algum. Mas, se eternizou na interpretação de grandes nomes da nossa música popular.

Poderia escrever tudo isso – e muito mais.

Mas, no post/homenagem de ontem, preferi transcrever a letra da mais bela das canções.

Porque ainda hoje, décadas depois, emociona a mim e tantos outros.

Parece que a ouvimos pela primeira vez.

Só mesmo um gênio como Alf poderia captar – e transformar em música – um momento tão peculiar na vida de cada um de nós.

Quem aí nunca falou consigo próprio, confabulou com seus botões e, num momento de doce solidão, consultou a brisa?

Quem aí nunca se imaginou dentro do sonho e desejou, do fundo do fundo do seu coração, que o inesperado lhe fizesse uma surpresa?

Quem aí nunca ansiou pela paz...

... e por grande amor?

Quem melhor descreveu esse sentimento/vida foi sepultado ontem, no cemitério do Morumbi, em São Paulo, ao som do violão e dos versos inesquecíveis da obra prima que criou e o tornou imortal.

*** FOTO NO BLOG: Jô Rabelo

 
 
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