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Título: A imprensa e o futebol (2)
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 08/03/2010
 

“O técnico de futebol vai de bestial a besta em questões de dias.”

Acreditem! A frase do saudoso Otto Glória transformou-se numa das raras verdades absolutas do Planeta Bola.

Técnico brasileiro de ampla experiência internacional – chegou a dirigir a seleção portuguesa em duas oportunidades, inclusive na Copa de 66 –, Glória foi perfeito ao definir os humores da torcida e, acrescento eu, da chamada crônica especializada – que é o assunto que nos interessa neste post.

A depender dos resultados, o treineiro pode ser bestial (inteligente, perspicaz, como diz o dicionário) em uma semana e, na outra, caso o time não vença, ele será taxado de besta na voz do povo e na tal análise dos críticos.

Já é tradicional em nossos estádios o zumbir da galera: “burro, burro, burro”.

De Dunga a Jair Piscerni, de Luxemburgo ao novato Silas, todos já ouviram o alarido de geraldinos e arquibaldos.

A máxima de Otto Glória, porém, não vale para a chamada imprensa esportiva.

Que nunca erra e tem soluções salvadoras para tantos e tamanhos.

Por acaso, alguém aí já viu, ou viu ou leu de algum jornalista esportivo se penitenciar que errou feia e grotescamente?

Perderam uma grande oportunidade na Copa de 2002. Lembram da campanha pró todos pediram Romário na seleção?

Scollari peitou a todos.

Ganhou o penta – e todos ficamos felizes.

Os que mais me divertem/irritam, porém, são os senhores de todo o saber futebolístico. Aqueles que se dizem profundos conhecedores de esquemas táticos. Então é 4-4-2 pra cá, 3-5-2 pra lá... E assim, em seus comentários, tal qual um grande enxadrista, recuando os meias, liberando os alas ou vice e versa e versa vice, eles tentam nos convencer de que resolveriam quaisquer pendências da partida que estão comentando.

Não são postos a prova, como os técnicos.

Daí, nunca erram.

São sempre bestiais, portanto.

De uns tempos para cá, para não assumir única e exclusivamente o papel de besta, os técnicos estão indo à forra. É cada vez mais comum o tom ríspido e polêmico nas entrevistas após os jogos.

Luxemburgo, Mano Menezes e Dunga que o digam.

Muricy, por enquanto, está fora.

Mas, deve voltar, com força total. É o mais demolidor e divertido deles...

*** FOTO NO BLOG: Jô Rabelo

 
 
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