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Título: Sapateios
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 12/05/2010
 

Foi impressão minha ou ontem deu um tilti em diversos setores da chamada crônica esportiva?

Alguns coleguinhas estavam pra lá de indignados com os selecionáveis que Dunga anunciou com pompas e circunstâncias em entrevista coletiva mais do que concorrida. Houve quem ‘sapateasse’ nas letrinhas. Outros queriam enforcar o técnico com o fio do microfone. Óbvio que o Casseta e Planeta não deixou por menos – e desfio uma após outra diversas piadas de última hora. Até o Arnaldo Jabor chamou Dunga às falas na coluna que tem no Jornal da Noite.

Cheguei até a me surpreender com o tom, diria, algo desrespeitoso das críticas.

Olhem que sou veterano de outras tantas convocações.

Ainda garoto, lembro-me da comoção pública pelos cortes de Roberto Dias e Benê, jogadores do São Paulo, sumariamente rifados da Mundial de 62 no Chile. Em 66, os jovens e talentosos Carlos Alberto Torres (Fluminense) e Djalma Dias (América) foram preteridos por veteranos bicampeões mundiais. No México, em 70, foi aquele furdúncio até que Zagallo desse a titularidade a Roberto Rivelino, craque do Corinthians. Quatro anos depois, na Alemanha, o mesmo Zagallo esqueceu-se de Ademir da Guia entre os reservas que viam os jogos da tribuna.

Para a Copa da Argentina, em 1978, o técnico Cláudio Coutinho não levou Paulo Roberto Falcão, então nosso mais completo jogador. Uma espécie de Paulo Henrique Ganso melhorado – e por duas vezes campeão brasileiro. Na sempre citada seleção de 82, Telê Santana confiava em Valdir Peres e abriu mão da experiência de três copas de Emerson Leão, goleiro do Grêmio campeão brasileiro de 81.

O mesmo Telê cortou Renato Gaúcho por indisciplina em 86 no célebre episódio que culminou com o pedido de dispensa do lateral Leandro em pleno aeroporto, enquanto aguardavam o voo para Alemanha.

O corintiano Neto foi o nome esquecido por Sebastião Lazzaroni na Copa da Itália, em 90. Quem se recorda da pressão por Romário na Copa de 94. Só no último jogo da fase eliminatório o Baixinho foi convocado por Zagallo e Parreira. Resultado: vencemos o Uruguai com um gol antológico e, depois, fomos campeões nos pênaltis na Copa dos Estados Unidos.

Em 2002, a grita foi geral por Romário. Mas, o gaúcho Felipão deu de ombros – e também fomos campões com Ronaldo e Rivaldo.

Em 98 e 2006, tudo parecia estar nos conformes. Só que a maionese desandou por motivos outros: a misteriosa convulsão de Ronaldo a poucas horas da final contra a anfitriã, França, e o fiasco do Quadrado Mágico, de Parreira, tão saudado pela crítica que fez água e se dissolveu em outros líquidos, fuzarcas e baladas.

** FOTO NO BLOG: Lucas Lima

 
 
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