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Título: Napoli
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 15/08/2010
 

Uma amiga, marrenta que só, tenta convencer a um grupo de professores – entre os quais, este humilde escriba – que Napoli é a pior cidade do mundo.

“Suja, feia, um horror.”

Estávamos almoçando na praça de alimentação da Universidade onde trabalhamos– e ela contava de seu giro recente pela Velha Bota sem desconfiar (ou deconfiando?) de minha ascendência e de meu amor pela Itália; naquele momento representados pelo grandíssimo prato de capelleti que eu enfrentava, com fúria e paixão.

Sem perder o ritmo das garfadas, entre um e outra, tentei algumas ponderações básicas sobre os lugares em, que havia caminhado.

Se passeou o pelo calçadão à beira-mar...
Se esteve no porto de onde partiu o contingente de imigrantes que construiu boa parte do Brasil – e da São Paulo – que hoje somos...
Se visitou as igrejas seculares onde a fé se renova...
Se ando pelo bairro boêmio de Santa Lucia e ouviu alguém cantar, em versos largos, as dores de um amor impossível....
Se fez uma parada para um simples ‘expresso’ na Piazza Itália...

Por fim, se visitou o Castelo de San Martino (que a plebe ignara perdoe-me a nobreza do sobrenome, não quero menosprezar ninguém, mas...), de onde aliás pode se ter a inesquecível visão da Baía de Napoli...

À primeira vista, a cidade pode parecer um labirinto de ruas estreitas e tortuosas, vielas, escadarias, cantos - tudo devidamente ornamentado pelas roupas estendidas nos varais e expostas aos olhares de quem passar.

Há que se estar apaixonado para entender a poesia do lugar.

Napoli não é uma cidade qualquer...

Como me disse, certa vez, outra amiga, a Priscila, que lá viveu por uns tempos:

-- Essa cidade é meu berço, é o que faz meu coração vibrar, sem parar, sempre mais... As ruelas, a confusão, os castelos...

Embalados pelo vinho e pela cerveja, o pai e os amigos – quase todos oriundos – terminavam a algazarra das noites de domingo no Bar Astória cantarolando músicas napolitanas. Era comum que um deles formalizasse um brinde para por fim a alegre noitada. Quase sempre, copos em riste, bradavam, todos, a mesma frase:

-- Rever Napoli... e depois morrer!

** FOTO NO BLOG: Napoli/arquivo pessoal

 
 
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