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Título: Sublime lembrança
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 02/02/2011
 

Meus prezados,

Já dizia Nélson Rodrigues:

“O homem é sobretudo o passado. O presente pouco importa e o futuro menos ainda.”

E acrescentava:

“As coisas só tomam o seu exato valor quando evocadas. É a memória que potencializa todas as nossas experiências de vida e de futebol.”

Pois então...

Leio no Uol – e confirmo na coluna eletrônica Ooops!, de Ricardo Feltrin, que a Record vai propor um pool de emissoras para desbancar a Globo que detém a exclusividade do Campeonato Brasileiro a longos anos.

Nossos clubes, “que bóiam num lago de dívidas feito vitórias-régias (outra do Nélson), estão ávidos por uns troquinhos a mais. E veem com bons olhos a tal parceria, apesar da pressão da CBF, fechadíssima com a líder de audiência.

Mas, seria possível tal ajuntamento? – eis a pergunta que não quer calar.

É aí, caríssimos, que evoco as espirais do túnel do tempo.

Saibam os mais jovens que tal experiência já aconteceu – e com pleno êxito.

Deu-se na Copa de 70, no México – a primeira transmitida ao vivo pela TV brasileira.

O fato é que existia apenas um canal de vídeo e áudio, disponibilizado pela Televisa mexicana. Não existia a tal exclusividade – e três emissoras brasileiras se dispuseram a cobrir o Mundial.

Como fazer?

Simples.

Dividiu-se a transmissão em três tempos de 30 minutos. Locutores e comentaristas alternavam-se equanimente na narração.

Pela Band, foram Fernando Solera e Rui Viotti.

Pela então TV Tupi, Walter (“tá gordo!”) Abrahão e Geraldo Bretas.

Pela Globo, Geraldo José de Almeida e João Saldanha.

Como escrevi acima, simples – e sublime

O mais “atacado” era Geraldo José de Almeida. Bradava a todos os santos para que não entregasse o microfone ao sucessor com o Brasil em desvantagem no placar.

Quando a coisa engrossava, não tinha dúvidas. Em pleno jogo, interrompia a narração e recorria ao Senhor Supremo para livrá-lo da eventual pecha de “pé-frio”.

-- Deus me livre de passar o microfone sem que o Brasil faça ao menos um gol!

Sublime lembrança...

 
 
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