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“Paladino de um novo renascimento, me nego também a ser confinado. Minha arte abarca a física, as matemáticas, a arquitetura, a ciência nuclear e a joalheria – não só a pintura.
Minhas jóias querem protestar contra a importância que se dá ao preço do material de joalheria. O que pretendo é que se aprecie a arte da joalheria tal como é – no caso, o desenho e o trabalho artesanal diversificado reconhecido acima do valor material das pedras, como na época do renascimento.
O conhecimento da união entre o tempo e o espaço persiste em minha consciência desde quando era menino. No entanto, meu invento do relógio blando, primeiro em óleo e depois, em 1950, em outro e pedras preciosas provocou opiniões díspares; aprovação e compreensão, ceticismo e incredulidade.
Hoje, nas escolas, se expõe o meu relógio blando como expressão profética da fluidez do tempo – a indivisibilidade entre o tempo e o espaço. A velocidade das viagens atuais – a viagem ao espaço, por exemplo – confirmam essa convicção.”
O tempo é fluido, não rígido."
• Salvador Dalí, 1959
Trecho de texto que está exposto em painel na entrada do compartimento de jóias, do Museu Gala Salvador Daí, em Figueres, Espanha |