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Título: Limites profissionais
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 07/11/2011
 

No exercício profissional, não é raro aos jornalistas entrarem e saírem de situações de risco, pondo em xeque a própria vida. Via de regra, tais aventuras movidas a pura adrenalina são contadas e recontadas na roda de amigos e passam a fazer parte do nosso currículo, da nossa história.

Nos tantos quantos anos que vivi nas redações, ouvi muitas dessas narrações em que aparecíamos ora como super-heróis ora como trapalhões nas coberturas de incêndios, assalto a banco, ocupação policial, conflitos de terra, entre outras de menor calibre.

Os olhos dos meus parceiros de Redação – fotógrafos e repórteres – exibiam o estranho brilho da paixão ao lembrar a ousadia dos fatos. Eu mesmo, que não sou lá um primor de coragem, já vivi uma dessas situações. Foi no dia em que o rio Tamanduateí transbordou e ao lado do fotógrafo Walter da Silva, imprudentemente, resolvi cortar a inundada Avenida do Estado a bordo do heróico Fusquinha da reportagem.

Por pouco, não paramos dentro do leito do rio quando um caminhão resolveu fazer o mesmo itinerário.

Não gosto nem de lembrar...

Escrevo essas maltraçadas tocado pelas cenas que vi, ontem, na internet sobre a morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos, da TV Bandeirantes.

Levanta-se outra vez a questão dos tais limites profissionais do exercício de Jornalismo.

Que é uma questão, registre-se, inerente à profissão.

Compreende-se que há momentos em que os riscos são inevitáveis.

É o caso dos correspondentes de guerra, por exemplo.

Para tanto, o pessoal passa por treinamento específico e usa equipamentos de segurança de comprovada eficácia. Mesmo assim, não estão imunes a acidentes de percurso.

Só não se entende essa praxe tão em voga nos telejornais em fazer com que suas equipes de reportagem acompanhem, dia sim e outro também, a ocupação dos morros pela polícia carioca, como se estivessem documentando a ação dos comandados do Capitão Nascimento, em Tropa de Elite 3.

É certo que garantem audiência.

Mas, não a prática do bom jornalismo e, principalmente, como ocorreu ontem, a vida de um de seus mais valorosos profissionais.

 
 
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