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Título: Aruba (3)
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 07/06/2012
 

Um breve silêncio...

E ele retoma o assunto: as maravilhas da ilha de Aruba.

-- Sabe que visitei um campo de golfe? Pois é, a grama parece um tapete, de tão verdinha e bem aparada.

Desligado que sou, nem me incomodo com a suposta impossibilidade de se manter uma impecável área verde em um lugar onde não chove e sequer existe rios. Mas, o meu falante interlocutor resolve explicitar o mistério mesmo antes que eu me dê conta dele:

-- Eles usam água de reuso para molhar o campo. Verdade! Eles têm um acordo com a rede de hotéis que encaminha para um grande reservatório todo o consumo de água da turistada, como nós.

Achei a ideia engenhosa.

Ele achou o máximo.

-- Não há desperdício. Enquanto lavamos as mãos, escovamos os dentes, tomamos nosso banho, estamos contribuindo para aguar o campo. Não é genial?

Tento me conformar com o meu desinteresse. Fiquei sete dias por ali, zanzando do hotel para a praia, da praia para o hotel. Fui a um ou outro restaurante, olhei algumas vitrines, acompanhei o por do sol, e olhe lá.
É certo que ouvi algumas histórias. Mas, nem me preocupei em guardá-las.

Não tenho nada a dizer ao novo amigo, portanto.

Ele, por sua vez, creio, dispensaria inteiramente os meus comentários. Fala entusiasmado de suas aventuras na bela ilha.

Diz que andou de catamaran, mergulhou de snorkeling, prospectou o fundo do mar a bordo de um submarino para turistas e, ousadia das ousadias, voou em um para-queda puxado por uma lancha, em mar aberto.

-- Uma loucura. Me senti vinte anos mais moço, comenta orgulhoso por tantas e tamanhas peraltices.

Ao seu lado, sorridente e feliz, a jovem esposa aquiesceu às palavras do maridão, com sorriso cúmplice:

-- Os meninos estão admirados da coragem do pai, e eu também.

O senhorzinho, todo gabola, ajeita o bermudão pra cima da linha da cintura.

-- Bem, assim não se usa mais. Deixa o cinto mais frouxo, como se fosse cair, corrige a moça atenta à deselegância discreta do Pimpão.

Conversa vai, conversa vem, olho os garotos, tostados do sol e felizes que só. Correm barulhentos entre os bancos do saguão. Respiram os últimos instantes daquela sensação de liberdade. Que, aliás, era comum a todos ali. Inclusive em mim, que me permiti uma única excentricidade.

Comprei um chapéu panamá que, provavelmente, nunca vou usar...

 
 
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