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Título: O futuro do jornal impresso
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 10/06/2012
 

Participo amanhã pela manhã de um ‘papo’ com alunos de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo sobre as recentes transformações dos veículos impressos e o provável – e tão anunciado por alguns – desaparecimento da tradicional mídia.

Separei as opiniões de três renomados jornalistas para embasar minhas colocações.

Meus apontamentos:

Carlos Heitor Cony: “O futuro do jornal impresso é um dos temas que mais preocupam os entendidos em comunicação – e não me incluo entre eles. Preço do papel, distribuição, custo de impressão, defasagem entre o fato e a notícia, concorrência com as novas mídias são muitos os elementos que concorrem para a geleia geral que indica, entre outras coisas, o fim do que se podia chamar de a era do papel cheio dos tipos móveis criados por Gutemberg. (...) Não há uma solução técnica para cobrir a lerdeza com que os jornais noticiam a eleição de um papa ou o placar do clássico da véspera. (...) Há espaço bastante para a nálise dos fatos, os comentários, as versões diferenciadas etc. Mas até mesmo nesse departamento os meios eletrônicos estão tornando o jornal dispensável. (...) A redundância editorial é um dos seus males”.

(Folha de S.Paulo, Haja Saco!/ 24 de abril de 2012)

II.

Soledad Gallego-Diaz, durante a conferência augural do curso de jornalismo de El País: “De puro medo à morte dos jornais, nós, jornalistas, terminaremos dando um tiro no jornalismo. A pior maneira de suicidar-se é limitar-se a difundir versões diferentes. Jornalismo é indagar e buscar a verdade. (...) Uma maneira de suicidar-se é acreditar que o jornalismo é nosso, de uma determinada geração de jornalistas, que nos convertemos em seus guardiões, nos guardiões de suas essências e que somos os únicos com direito ou autoridade para exercer seu controle. Essa é uma ideia bastante letal e funesta, porque leva a não aceitar as mudanças (...) e sobretudo porque impede (...) um debate aberto entre jornalistas de todas as gerações e de todos os diferentes meios, que nos permita recuperar a influência como profissionais”.

(Folha de S. Paulo, coluna do jornalista Clóvis Rossi: Acabou o papel, não o jornalismo/12 de março de 2012)

III.

John S. Driscoll, editor-residente do Laboratório de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusets: “Os internet e os computadores não substituirão, por enquanto, os jornais impressos. Mas, as fronteiras entre a mídia eletrônica e aquela feita com papel e tinta estão se tornando cada vez menos rígidas, com equipamentos interativos que permitem a obtenção, pelo assinante e em sua casa, de jornais personalizados, capazes de priorizar assuntos de seu interesse pessoal. (...) Não acredito que isso (o fim dos jornais impressos) possa ocorrer durante a atual geração. (...) Haverá jornais impressos nos próximos 20 anos, mas qualquer prognóstico posterior será pura adivinhação”.

(Pronunciamento feito durante a assembleia bianual da Associação Nacional dos Jornais/ 19 de agosto de 199. Folha de S.Paulo – João Natali)

 
 
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