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Título: Emílio Santiago (1946/2013)
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 20/03/2013
 

Torci por ele diante da TV.

Torci pela vitória do jovem Emílio Santiago como melhor calouro no programa Flávio Cavalcanti.

Nascia ali um baita cantor.

II.

Também eu era jovem – início dos anos 70 – e já adorava música.

Tanto que anos mais tarde, já formado e trabalhando como repórter, tive a oportunidade de entrevistá-lo. Emílio Santiago se apresentaria no Sesc Anchieta para o lançamento do novo disco.

Desconfio que fosse o “Guerreiro Coração”, pela Polygran.

III.

Todos lhe reconheciam talento e afinação.

Era herdeiro direto da nossa nobre linhagem de cantores/cantores. Que não compunham, cantavam exclusiva e lindamente. Orlando silva, Nélson Gonçalves, Cauby - só para ficar em alguns, os prediletos de Emílio.

No entanto, sua carreira não decolava.

Esse era o quarto ou quinto disco do rapaz, mas o sucesso lhe escapava pelos vãos dos dedos.

Inclusive nós, jornalistas da área, conversamos sobre essa questão enquanto o aguardávamos para a coletiva.

-- É mesmo a chance de acertar o repertório. Estilo como cantor, ele tem – disse um de nós. (Não tenho certeza, mas, justamente agora me veio a lembrança do Dirceu Soares que escrevia para a Folha de S.Paulo.)

IV.

Não sei se ouviram a dica do saudoso jornalista. Provavelmente não. Mas, ele estava rigorosamente certo. Anos mais tarde, o projeto Aquarela Brasileira, pela Som Livre, mostrou ao grande público quem era verdadeiramente o grande Emílio Santiago.

Foi um êxito e tanto, de repercussão nacional.

Ao todo, foram sete discos em sequência, de 1987 a 1995 – todos de sucesso indiscutível e uma bem-sucedida retomada ao tema em 2005, com As Melhores das Aquarelas.

V.

Mas, naquele longínquo fim de tarde, antes que tal acontecesse, fez-se um pesado silencio quando o negro esguio, elegante, de terno branco desestruturado, entrou pela improvisada sala de imprensa. Sentou-se na poltrona em frente da gente, com jeito simples – e esperou pelas perguntas que demoravam a acontecer.

Desconfio que, cada um à sua maneira, tínhamos a mesma dúvida: por onde começar?

De algum modo, uns mais outros menos, estávamos com a pergunta engatilhada, mas temíamos constrange-lo.

VI.

Foi quando se ouviu a voz suave de Emílio, tomando a iniciativa:

-- Cadê as perguntas, amigos? Fiquem à vontade. Perguntem o que quiserem. Antes, porém, permitam agradecer a presença de todos. Uma honra tê-los aqui.

A educação, a elegância, a nobreza não eram só características do cantar de Emílio Santiago.

Era o seu estilo de viver...

VII.

Um ser humano iluminado.

Vai fazer falta!

 
 
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