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Título: Sobre jornais e jornalistas...
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 20/06/2013
 

Dizia lá o grande Tonico Marques, meu primeiro editor, que era fundamental para o exercício da profissão de jornalista conhecer profundamente o tema antes de escrever sobre o fato em si. Cobrava da gente, jovens repórteres, a clareza no rigor da apuração e o inexorável respeito à verdade factual.

E mais:

Jornalistas (e jornais) não devem se omitir, não cometer excessos e pré julgamentos e, na linguagem de hoje, não vandalizar a informação.

II.

Lembro o saudoso Marques por que, na esteira desse barulho todo, sobrou também para a nossa aguerrida Imprensa (vou até grafar em caixa alta para dar um tom solene).

Há quem diga até nada será como antes no quartel de Abrantes.

Se algumas de nossas instituições – como o Parlamento e o Executivo - saem chamuscadas, a Imprensa não foi nada bem, como diria Seu Jorge, na cobertura das manifestações.

Mais confundiram do que esclareceram.

III.

Simplesmente os noticiosos das mais diversas plataformas ficaram à deriva dos acontecimentos.

Diria até que capitularam à velocidade das redes sociais.

Os jornais, por exemplo, começaram chamando o movimento de “baderna” e “vandalismo”, quase a pedir um maior policiamento nas ruas. Depois – após a
manifestação em que fotógrafos e jornalistas também entraram no rol das vítimas – passaram a condenar veemente a ação truculenta da PM.

Não à toa, um dos representantes do Movimento Passe Livre, em entrevista no programa Roda Viva de segunda passada, realçou que o fato de alguns fotógrafos e repórteres sofrerem com cassetetes, balas de borrachas e prisões fez com os jornais entendessem melhor o que estava acontecendo na cidade.

Poderíamos dormir sem essa.

IV.

Outros equívocos foram tão gritantes que seguramente passarão a fazer parte do folclore da história do jornalismo brasileiro.

Como explicar, por exemplo, Willian Bonner ancorando o jornal diretamente de Fortaleza enquanto Patrícia Poeta segurava a peteca e o editorial da Globo sozinha na bancada?

E o que dizer do constrangido “inclusive eu” de Arnaldo Jabor, ao admitir que muitos não entenderam o teor e a importância do que estava acontecendo? Dias antes ele definiu a coisa toda como uma revolta sem causa.

V.

Tomara, tenhamos aprendido a lição e apreendido que, é inexorável, o novo sempre vem (por onde anda Belchior?).

Ressalto e aplaudo o equilíbrio das recentes colunas de Jânio de Freitas, na Folha de S.Paulo, ponto de discernimento e sensatez em meio a tantos ruídos e desinformação.

(*Post de número 1985)

 
 
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