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Título: O tempo dirá...
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 20/08/2013
 

Se bem me lembro, chamava-se Dona Lúcia a vizinha que tínhamos nos meus tempos de garoto, na rua Muniz de Souza, no velho e bom Cambuci dos anos 50 e 60.

Era amiga da minha mãe, e as duas tinham por hábito conversar diante dos portões das casas todo o fim de tarde, enquanto aguardavam a chegada dos respectivos maridos do trabalho – que, diga-se de passagem, demoravam a chegar, pois batiam ponto, costumeiramente, no Bar do Pepino, antes da janta.

II.

Mas, não vêm ao caso os usos e costumes dos marmanjos daqueles idos em nosso papo de hoje, e explico o motivo.

Ao ler o noticiario dos jornais – sou antigo, ainda prefiro o velho e bom jornal impresso ao facebook e quetais – sacudiu-me a memória o bordão que a senhorinha usava para desancar a vida alheia.

Era mais ou menos assim:

“Deus me livre de me meter na vida dos outros, cada um, cada um, mas aquele namorado da filha da Fulana, aquilo não presta. Não sou eu que vou dizer para ela, mas o tempo dirá...”

III.

Nessas de “Deus me livre” pra cá e “o tempo dirá” pra lá, soube mais tarde, sobrou até para mim.

“Deus me livre de me meter na vida dos outros, cada um, cada um, mas este Tchinim, olha com essa história de só estudar, parece que não gosta muito é do batente. Tá grandinho, bem que podia ajudar aos pais... O tempo dirá.”

Não é porque estou batendo 40 anos de jornalismo, e de trabalho ininterrupto (toc, toc, toc...) que estou lembrando essa história.

Isto é uma lembrança, não um revide.

E justifico...

IV.

É que lendo sobre a situação do Egito e da Síria (trágica em todos sentidos), sobre a violência nas metrópoles brasileiras (querm exemplo maior da tragédia da Vila Brasilândia?), os descalabros do governo americano (achando natural imiscuir-se na vida de todos), o País chafurdando em denúncias de corrupção (registre-se que não é uma questão nova, lamentavelmente), o deplorável bate-boca dos ministros do Supremo (pobre da Nação que precisa de um messias) e outros tantos atos e fatos (como diria o grande Cony) a consagrar a intolerãncia maniqueísta e cega ao bom-senso, inclusive nas redes sociais (que um dia o cartunista Ziraldo chamou de ‘o último reduto dos calhordas’)...

Lendo sobre isso e aquilo, ó, não quero falar nada, não...

Deus me livre de me meter na vida dos outros, mas o se não fizermos algo para
recuperar a dignidade do Planeta e da Humanidade...

Ai, ai, ai...

Tô achando que logo logo vamos ter o mesmo destino dos dinossauros.

V.

E como diria a Dona Lúcia, o tempo dirá...

 
 
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