HOME BLOG CONTATO INDIQUE ESTE SITE
 
Área:
BLOG | ver comentários |
Título: Pavão Mysteryozo
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 22/08/2013
 

Divirto-me com as ‘viagens’ de Saramandaia, mesmo não sendo um inveterado noveleiro.

Aliás, bom que se registre, não ouso comparar a versão atual com a original, de 1976, assinado por Santo Dias – ou melhor, pelo grande Dias Gomes.

Registro, em reverência à memória do amigo Ismael Fernandes, que tal ousadia só caberia nas barulhentas tardes de ‘fechamento’ na velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor.

Ismael era apaixonado pelo gênero e, a partir desse interesse, escreveu diversos livros sobre o tema. Era fonte segura das informações de bastidores que, além de abastecer outros tantos estudos, temperava nossas discussões sobre tudo e sobre todos – inclusive, novelas.

Único senão que faço à trama atual, recheada de acertos e atores revelações, é a pouca projeção que se dá à canção-tema da novela anterior, Pavão Mysteryozo,

A enigmática composição do cearense Ednardo, que emoldurava a abertura e as cenas de João Gibão, agora está restrita a uma ou outra aparição do personagem.

Além do encantamento que a música propicia a partir dos primeiros acordes, ressalto a importância da obra naquele exato momento histórico que vivíamos: foi a primeira canção de um dos autores da chamada ‘geração de briga’ da MPB (Fagner, Belchior, Ednardo, Gonzaguinha, Alceu, Geraldinho, entre outros) a furar o bloqueio das emissoras de rádio e TV, reticente a qualquer obra que insinuasse algum engajamento, alguma inquietação.

Os versos finais de Ednardo, inspiradíssimo, refletem o anseio libertário, o sonho e a contestação à ditadura que o País começava à respirar.

Diziam (e dizem) assim:

Não tema, minha donzela,
Nossa sorte nesta guerra.
Eles são muitos,
Mas não podem voar

 
 
COMENTÁRIOS | cadastrar comentário |
 
 
© 2003 .. 2024 - Rodolfo Martino - Todos os direitos reservados - Desenvolvido por Sicca Soluções.
Auto-biografia
 
 
 
BUSCA PELO SITE