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Título: Altemar e Moacyr
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 12/11/2013
 

Meus caros, sábado que passou, dia 9, completaram-se 30 anos da morte do grande Altemar Dutra, e lamentavelmente não vi qualquer registro deste triste desaparecimento. Nem o nosso modestíssimo blog fez qualquer registro desta irreparável perda para a música popular brasileira e para nós outros, os trovadores sentimentais demais.

Somos mesmo um País sem memória e que, a preço de cultuarmos toda e qualquer modernidade que se apresente, esquecemos – ou não valorizamos, como deveríamos – quem consolidou o caminho vitorioso de nossa mais bela arte, nosso mais belo traço cultural.

Alguém dúvida que a música popular é a nossa manifestação mais representativa mundo afora?

Pois então...

Altemar foi um extraordinário cantor romântico, de tantos e tamanhos sucessos: “O Trovador”, “Sentimental Demais”, “Meu Velho”, “Brigas”, “Somos Iguais” – quase todos assinados pela dupla de compositores Evaldo Gouveia e Jair Amorim.

Importante frisar que o auge da carreira de Altemar se deu em meados dos anos 60. No mesmo momento em que tínhamos a explosão midiática da Jovem Guarda e dos festivais da Record, do Tropicalismo e de toda a efervescência cultural que tão bem caracterizou aquela inesquecível época.

II.

Não faz muito ouvi um emocionante relato de Moacyr Franco.

Início dos anos 80, Moacyr tirou alguns dias de férias e foi para Miami passear com a esposa de então.

O casal passeava pela noite da cidade americana quando viu um cartaz anunciando show de Altemar Dutra. Moacyr, muito amigo de Altemar, não teve dúvidas. Entrou e se aboletou em uma das mesas à espera do nosso Trovador.

Sucederam-se as apresentações de um grupo de ‘mariachi’, de um corpo de bailarinas, de um grupo de música instrumental e nada de Altemar subir ao palco.
Moacyr não vacilou. Caprichou no portunhol para saber quando o “cantante brasileño” subiria ao palco.

O homem respondeu que “o senhor Altemar” se apresentaria só na semana que vem.

Que vacilo.

Moacyr partiria de volta ao Brasil na manhã seguinte.

III.

Pois foi nesse palco, em uma das apresentações anunciadas, que Altemar morreu, de derrame cerebral.

Era 9 de novembro de 1983.

O Trovador tinha 43 anos.

 
 
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