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Título: Em Montevidéu
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 18/11/2013
 

Em Montevidéu, o professor Jorge nos recebeu com as gentilezas costumeiras.

Diria até que exagerou na dose.

Para mostrar o quanto estava por dentro dos atos e fatos da Terra Brasilis, cantarolou os versos iniciais daquela do Michel Teló, com inconfundível sotaque:

“Nossa, nossa...
Assim você me mata
Se eu te pego, ai
Se eu te pego...”

Logo o dispensamos da sequência poética e musical. Até por que tínhamos clareza de que o amigo não tinha a menor noção do significado da canção.

Evitar maiores constrangimentos é dever de todos.

II.

Fomos à capital do Uruguai participar de um congresso acadêmico – desses que muito se discute, e pouco ou quase nada se conclui – em ali ficaríamos, a delegação brasileira, três ou quatro dias.

Também quis ser simpático e informei a ele que, por minha conta e risco, ficaria mais dois dias para curtir a cidade que gosto tanto.

Jorge estranhou meu apego e minha disposição.

-- Mas, não há nada de tão atraente assim, por aqui.

III.

Respondi que já conhecia Montevidéu e suas peculiaridades. Que a cidade me lembrava – sei lá, por quais parecenças – a São Paulo dos anos 50. Quando caminho pelas ruas do bairro de Carrasco e cercanias, tenho a impressão de estar no Cambuci de antigamente, onde nasci e passei minha infância.

Para não deixar qualquer dúvida, acrescentei que, nos últimos anos, visitei o País com alguma freqüência. E enumerei minhas passagens e lembranças por Montevideu, Punta Del Leste, Colônia de Sacramento, Punta Baleña, Miriápolis...

IV.

Ele sorriu, e fechou questão:

- Vocês brasileiros têm cada uma. Com tanto sol, tantas praias, tantas alegrias, tantas mulheres bonitas, não entendo o que vêm fazer por aqui?

V.

Quase digo a verdade a ele (fujo para o país vizinho pelos motivos acima mencionados, mas principalmente para me livrar da cantoria dos micheltelós, dos teretetês e dos piripiri da vida), mas preferi nada dizer.

Evitar constrangimentos é dever de todos.

 
 
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