HOME BLOG CONTATO INDIQUE ESTE SITE
 
Área:
BLOG | ver comentários |
Título: Lembrando os amigos
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 20/08/2014
 

O amigo Escova me aguarda no ‘buraco quente’ de sempre – aquele área do Sacomã, antigamente (mas põe antigamente nisso) chamado de Ponto Fábrica, onde a vida acontecia com cinemas gigantescos (mais de inacreditáveis 2 mil lugares) como o Samarone e o Anchieta, lojas da hora como A Queridinha e a Nippon, filia de O Baú da Felicidade, outros tantos magazines e alguns botecos malafamados.

Um desses botecos, com os meus cinco ou seis fiéis leitores bem sabem, ficava ali na esquina da rua Bom Pastor com a rua Greenfeld, em frente à agência dos Correios, bem na curva em que o busão Fábrica/Sacomã fazia rangia e bufafa ao fazer a curva e seguir em seu itinerário de mais de duas horas.

Era ali que nós fazíamos pontos antes, durante e depois do expediente da velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a Bom Pastor.

O Sujinho não mais existe (deu lugar à imponente Estação do Metrô), o jornal ainda soçobra como pode e dá em algum canto do Ipiranga (não mais na Bom Pastor), muitos dos nossos não estão mais entre nós – e restam alguns sobreviventes que, vez ou outra se encontram ali e por ali, para reverenciar a memória dos amigos, comentar os assuntos do dia e lembrar que, lá nos confins do tempo, foram felizes, mesmo enfrentando a vida aos trancos e barrancos.

Escova estava especialmente nostálgico hoje. Assim que aboletamos o cotovelo no primeiro balcão que encontramos, ele começou a enfileirar os nomes de alguns amigos que não vemos há tempos: Almir, Valtão, Manoelino, Alfredinho, Cebola...

- Quem mais – pergunto.

E ele continua:

- O Júnior (filho do Nasci); o Ari de Oliveira (que foi vereador em São Bernardo), o Nicola...

E conclui:

- É, não restaram muitos, não.

Nesse interim (a palavra faz jus à nossa época), chega o Poeta que, como eu mora em São Bernardo do Campo, e se diz feliz porque hoje é aniversário da cidade e, portanto, feriado bom pra não se fazer absolutamente nada, além de se encontrar os amigos.

Nada nos perguntou. Serviu-se da cerveja que dividíamos, levantou o copo e propôs um brinde à vida e aos amigos...

- Mesmo aqueles que estão distante e, principalmente, que sobrevivem em nossa lembrança.

Brindamos – e o Poeta lançou a pauta do dia:

- O que vocês acham do vice da Marina?

 
 
COMENTÁRIOS | cadastrar comentário |
 
 
© 2003 .. 2024 - Rodolfo Martino - Todos os direitos reservados - Desenvolvido por Sicca Soluções.
Auto-biografia
 
 
 
BUSCA PELO SITE