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Título: Manteiga derretida
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 04/11/2014
 

Ando mesmo um ‘manteiga derretida’.

Era assim que a vó Ignês chamava os netos quando um deles (ou mais) abria o berreiro por este ou aquele motivo. Quase sempre por nada.

Doce lembrança dos tempos de menino quando me chamavam de Tchinim.

Pois então...

Creio que não escaparia do puxão de orelha da Ignês por esses dias.

Ela me repreenderia se eu lhe dissesse que me emocionei às lágrimas na noite de ontem ao ser surpreendido, em um canal de TV a cabo, pela exibição do documentário sobre Dominguinhos.

Tocante.

Dominguinhos e a sanfona. Dominguinhos e o baião. Dominguinhos e a poesia do homem comum.

Nunca havia me dado conta da beleza rara, densa, definitiva, da canção “De Volta Pro Aconchego”.

II.

Mas, este foi apenas um dos capítulos da minha crise de nostalgia.

O amigo José Reis me emprestou, há coisa de 15, 20 dias, o CD “Perfíl”, de Emílio Santiago.

Desde então é único e absoluto no som do meu carro.

“Saigon”, “Coisas da Paixão”, “Perfume Siamês”, “Verdade Chinesa”, “Dias de Lua”, entre outros hits do repertório têm autores diversos; mas, que estes me perdoem, no CD ganham a indelével marca de um dos nossos maiores cantores, o grande e saudoso Emílio Santiago.

(É quase um co-autor.)

Vi algumas audições do The Voice e concluo silenciosamente: não se fazem mais cantores como antigamente.

Detalhe: posso estar cometendo uma inustiça, mas faz sentido a analogia: Emílio Santiago apareceu num concurso de calouros do Programa Flávio Cavalcanti.

Inesquecível.

III.
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Tão inesquecível quanto o Cachorrão, Jair Rodrigues.

Na tarde de domingo, enquanto me preparava para voltar a São Paulo (estava no Guarujá), a TV ligada, chama minha atenção a foto de Jair como fundo do cenário do programa do Faustão.

Por algum motivo que me escapou, a nora do cantor, a atriz Tânia Kalil, estava sendo entrevistada – e, inevitável, Jairzão foi lembrado.

Ouço que entre os familiares a presença de Jair é mais do que constante. Vale para os amigos, vale para os fãs.

A alegria com que viveu ainda nos é uma bênção.

IV.

A gente se sente um tantinho mais desalentado, mais oco, quando nos damos conta dessas ausências

Entrevistei os três em tempos idos e distintos.

Tinham em comum, além do talento, uma extraordinária generosidade para com o mundo, para com as pessoas. Uma virtude em falta nos dias de hoje.

(Um adendo: ainda não assisti ao filme sobre a vida de Tim Maia; estou me preparando emocionalmente. Este também é fera e deixou saudade.)

 
 
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