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Título: O fiador, os comentaristas e os árbitros
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 17/08/2015
 

O tema de hoje do meu humilde blogar será toda esta polêmica das arbitragens que envolve o final do primeiro turno do Campeonato Brasileiro.

Tentarei ser didático, antes porém pretendo lhe contar uma história.

Não sei se as coisas ainda hoje funcionam assim.

Mas, antigamente, era um bafão todas as vezes que alguém queria alugar um imóvel – e precisava de um fiador.

Normalmente, o dito-cujo atravessava uma fase financeira difícil.

E ninguém, na família, queria ser o escolhido.

Como diz hoje a rapaziada, tocava-se o terror.

E as desculpas choviam de fazer inveja ao Sistema Cantareira. Eu não posso por isso, aquele dizia não poder por aquilo, nem pensar falar com o Tio Fulano, avô Beltrano e o padrinho Sicrano...

Para quem sobraria aquela “pipa”?

II.

Nas reuniões familiares, o assunto se espalhava de roda em roda. Todos queriam consagrar o seu argumento como o mais sólido, o mais verdadeiro, o que mais se garantia.

O pai sempre foi um debochado enrustido. Mais ouvia do que falava. Mas, vez ou outra, soltava a frase definitiva. Como o fez naquela manhã, na casa da vó Ignez, quando o pessoal se reuniu para um almoço e um sobrinho distante do vô Carlito estava precisando de uma ajuda.

Logo o Rui (desconfio que era este o nome dele) estaria ali – e esperava contar com a compreensão da italianada ali reunida. Todos esgrimavam suas desculpas, como disse. Até que o pai soltou a seguinte verdade:

- A única coisa que o Rui quer ouvir é o sim de alguém para ser o fiador da casinha dele em São João Clímaco (morávamos no Cambuci, o bairro era longe pra dedéu). A desculpa de vocês, por mais legítima que seja, não vai lhe interessar em nada, nadinha, de nada mesmo.

III.

Meus caros, é exatamente assim que vejo esta polêmica questão. Quem torce pelo time favorecido, acha que nada aconteceu, que os juízes erram e acertam na mesma proporção para todos os times e cousa e lousa e mariposa. Já quem torce pela equipe prejudicada, acha que o juiz é venal, que há complô, que a Globo e a CBF estão por trás de toda a lengalenga.

Os comentaristas da TV e/ou do rádio devem única e exclusivamente falar o que queremos ouvir , estejamos nós deste ou daquele lado. Caso contrário, serão sumariamente delatados com ou sem razão.

E assim são nossas segundas (e por vezes terças e quartas e quintas e sextas e sábados e domingos), movidas apela única e verdadeira paixão entre os homens: o futebol.

 
 
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