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Título: Jeremias, o interventor (parte 3)
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 01/09/2015
 

Meus amáveis cinco ou seis leitores podem (e devem) me perguntar, como autor desse amontoado de letrinhas, o que motivou Jeremias a tamanho gesto de amizade – e por que não? – de solidariedade desinteressada?

Aliás, para ser sincero, os frequentadores da magnânima Flor de Avis também faziam a mesma pergunta a si mesmo e a seus pares.

Farei minha a inquietação da rapaziada:

“O que deu no malandro? De graça, de bobeira é que não foi.”

É bem verdade que se levantaram inúmeras hipóteses, mil e uma possibilidades, mas o fato é que nada se apurou que comprometesse, em primeira instância, o enigmático Jeremias e tudo ficou no achismo e no disse-que-me-disse.

Vocês sabem: o que seria dos botecos sem a especulação da vida alheia?

Até porque – e aqui cabe o destaque e o parágrafo –Dona Luzia surpreendeu a todos, especialmente ao maridão, quando anunciou, com ares de encantamento, o curso que escolhera para dedicar-se nos próximos três meses, com possibilidade de um segundo módulo com o mesmo período de aprendizagem. Dona Luzia, recatada e trabalhadora, matriculou-se no curso de, acreditem!, neurolinguística.

- Jesuisss, mas que diabus é isso???

A contraditória exclamação do Seu Mané se perdeu no vácuo e ficou sem resposta. Dona Luzia se mostrou animadíssima e, pela primeira vez em anos, não retrucou severamente ao que disse o marido.

Jeremias sorriu maroto ao ver a cena.

Os dotes de Jacira a batucar na imaginação do Seu Mané, as possibilidades que lhe acenava a ausência de Dona Luzia, o fim das broncas e outras cositas mais – tudo isso fez o homem não insistir na questão e se conformar com os novos tempos que se projetavam:

“Ora, pois, é importante que se distraia” – confabulou para si mesmo.

Ninguém, em sã consciência, poderia avaliar a transformação que aquela decisão acarretaria na vida de nossos quatro personagens.

Um desses sábios que são assíduos em botecos, bares, padarias e ‘sujinhos’ e se disfarçam em ‘zé povinho’ ainda tentou alertar:

- Se cuida, Manoelino, se cuida. As mulheres mudam e se esquecem de nos avisar.

O dito e o feito, vocês acompanham na coluna de amanhã.

 
 
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