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Título: A arma secreta
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 05/11/2015
 

O meu amigo Poeta está insuportável.

Não, não escreveu poema novo, não lançou livro novo, também não lhe apareceu qualquer musa inspiradora.

O cara é corintiano.

Fica boa parte do tempo enrustido, mas quando o Timão entra numa fase de vitória, ele assume a porção torcedora, e não fala de outro assunto.

Desde domingo, após a vitória contra o Galo Mineiro, está assim...

O Corinthians é isso!

O Corinthians é aquilo!

O Tite é o melhor técnico.

O Renato Augusto é o melhor jogador.

O Cássio é o melhor goleiro.

(...)

Não, meus caros, não estou falando da mídia esportiva que, em larga escala é corintiana até a alma (mesmo que tente disfarçar) e tem o mesmo e monotemático discurso, falo do amigo Poeta que, no auge do fundamentalismo, vive enrolado a uma enorme bandeira alvinegra.

Eu, hein!

Já disse a ele, talqualmente aquele roquezinho dos anos 80:

“Tá tudo muito bom! Tá tudo muito bem! Mas realmente (realmente) eu preferia que você... mudasse de assunto. O Corinthians é campeão e ponto e basta.”

(...)

Nem assim o Poeta sossega.

Tento mudar de assunto. Pergunto se já leu o livro novo do amigo Jorge Tarquini que narra a história de um ex-piloto de avião que foi engolido pelo crack e hoje atua na recuperação de viciados. Chama-se “Vinte Mil Pedras no Caminho”.

- Ainda não. Mas, o título é muito bom. Por falar em título, salve o Corinthians...

Decididamente não sabia mais o que fazer.

Pensei em inventar uma desculpa qualquer e sair de cena.

Mas, o grande Escova estava nos arredores – e o chamei para dar um jeito no cidadão. Expliquei a situação e o Escova foi cirúrgico, como dizem pela aí:

- Deixa comigo.

(...)

Não deu chance para que o Poeta dissesse um ai.

Foi logo fazendo a própria análise do jogo de domingo passado:

“O Poeta, aquele tal de Edcarlos (zagueiro do Galo) jogo com a camisa do Corinthians por baixo da do Atlético, não foi não? Parecia carteiro bêbado, entregou tudo errado. No primeiro gol, falhou bisonhamente. No segundo, nem viu por onde o Wagner Love passou e, no terceiro, ficou mais perdido do que beata no meio do baile funk. Ele, sim, foi a verdadeira arma secreta do Tite”.

(Olha que nunca havia percebido esse talento do Escova para comentar jogo de futebol. O Poeta não ousou discordar.)

 
 
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