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Título: Escova e o estilo dos sabiás
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 10/11/2015
 

Aconteceu o que eu mais temia.

Inevitável os pitacos do amigo Escova sobre a crônica que ontem escrevi sobre os gorjeios dos sabiás laranjeiras nos bairros de São Paulo.

Os pássaros – como disse reportagem da Globo e eu comentei – cantam cada vez mais cedo, em meio à madrugada, para escapar aos ruídos da cidade grande e assim atrair a pássara amada para o seu galho.

Quem conhece o Escova, como eu e meus amáveis cinco ou seis leitores, sabem bem que o pilantra (ele é pilantra, mas é meu amigo) não perderia a chance.

Pois então... Quando o telefone tocou no meio da noite de ontem, justo quando ao pessoal do Boa Noite Fox falava do meu Palmeiras, entendi logo que era ele – e me preparei para ouvir suas histórias.

Escova começou elogiando o destaque que dei ao tema:

- O amor em primeiro lugar. Sempre.

- Menos Escova, menos. Apenas comentei uma reportagem que vi na TV e que mostra o quanto há de vida mesmo em uma cidade tão confusa e cinza quanto São Paulo.

- São coisas que não vemos e que acontece diante de nós, completou o amigo.

- É por aí, Escova – eu disse. - Que bom que você gostou.

- Não só gostei como me fez rememorar os velhos tempos em que era conhecido como o Dom Juan das Quebradas do Sacomã. Lembra?

- Lembrar eu lembro, amigo. Mas, vamos deixar o passado no passado. Afinal este é um Blog família e as suas trampolinagens não é coisa pra se contar com orgulho.

- Deixe de bobagem, campeão. O que passou passou, é fato. Mas bom demais lembrar.

Pronto. O cara me deixou curioso a ponto de soltar um desnecessário “lembrar o quê”.

- Ora, meu caro. Você sabe que eu era bom na coisa. Tanto que não exagero dizer que os sabiás nada nada copiaram um estilo que adotei em idos tempos – e só parei porque o noivo da moça resolveu dar uma incerta nas primeiras horas da
manhã na casa da prometida.

- Como assim, Escova? Não entendi.

- Eu saía do jornal três, quatro da manhã – o horário que os pássaros fazem a cantoria, que coincidência! – e passava no apartamento da moça (que morava sozinha). Se a luz estivesse acesa, eu podia subir na boa que era só “love, love, love”. O porteiro sabia do nosso esquema e colaborava sem qualquer bronca. O amor na aurora de um novo dia,posso lhe garantir, é mais poético...

- Não acredito!

- Pode acreditar. Só não dou o nome da moça pra você tirar a prova porque sou um cavalheiro e ela acabou casando com o príncipe que quase nos deu um fragrante naquela ensolarada manhã. Foi por pouco. O porteiro disparou o interfone e eu fui me esconder dentro do box do banheiro.

- Que perigo!

- É como diz o Nélson Rodrigues: se você não tiver sorte na vida, você não chega do outro lado da rua.

Bem adequada a lembrança de Nélson Rodrigues para justificar as peripécias do Escova, desde sempre um inveterado tico-tico no fubá.

 
 
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