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Título: Nos tempos do rachão...
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 05/04/2016
 

Minha alma desceu para o playground nesta madrugada.

Modo de dizer, espero que me entendam os caríssimos leitores.

Sonhei que estava jogando futebol. Corria pra lá, pra cá. Subia para cabecear, desarmava o adversário (sempre fui um zagueiro razoável) e me divertia a valer, como nos velhos tempos em que era bem mais jovem e pesava trinta quilos a menos.

Estava sem camisa, e identificava os companheiros de time por uma faixa vermelha que trazíamos trespassada ao peito, como nos tempos do rachão após as aulas do Colégio Nossa Senhora da Glória.

Não houve gols.

Não houve vitoriosos ou perdedores.

Valeu a sensação de estar novamente em campo (ou seria uma quadra?).

A única preocupação que tinha era a de que a partida poderia terminar a qualquer momento – e talvez eu não pudesse mais jogar futebol.

Não temos controle sobre nossos sonhos. Imagino que revelem medos e desejos, temores e paixões que acalentamos lá no fundinho do fundinho de nós mesmos.

Vá entender...

II.

O futebol sempre fez parte da minha vida.

Ora como torcedor ora como boleiro.

Houve uma época que, acreditem, arranjava um jeito de bater uma bolinha quatro, cinco vezes por semana.

Tinha soçaite no campinho de areia do Bigucci na segunda nove da noite, rachão com os ‘aposentados’ do Clube Atlético Ypiranga na manhã de terça, o jogo oficial do Sucatão na quinta à noite e, aos finais de semana, as partidas do torneio interno do CAY.

Chuta para o mato que o jogo é de campeonato!

III.

Eu já era um senhorzinho por essa época, entre os 40 e os 50.

Tenho muita saudade desse tempo. Assim como me emociona lembrar os tempos do infantil do Santos do Cambuci (o técnico era o João Bicudo), do fardamento azul e branco da seleção do Colégio Nossa Senhora da Glória, dos rachas no barrancão da Aclimação, dos amigos do Estrela dos Boêmios, do Huracan da Várzea do Glicério (onde jogava o meu cunhado, o Valtinho), além de tantos quantos ‘catadões’ que integrei orgulhosamente vida afora. Até meus 55, 56 anos de idade.

Lamento lhes dizer, mas creio que merecia um jogo oficial de despedida.

IV.

Enfim...

Não sei quanto tempo durou o sonho. Mas, acordei todo-todo, pisando macio e cheio de planos para o meu retorno aos gramados.

Isso tudo durou alguns segundos, Até que uma baita câimbra na panturrilha esquerda me devolvesse à dura realidade dos meus arrastados dias.

 
 
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