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Título: Vencemos? (8)
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 05/05/2016
 

XXXVI.

Antes que me perguntem, vou logo respondendo: não perdi de vista a pergunta que motivou esse longo conversar – oito dias, com o post de hoje – sobre os desafios do Brasil de hoje e de nossa frágil democracia.

Vencemos?

Foi a pergunta que fiz a mim mesmo após ouvir a amiga lembrar os tempos de militância pelas diretas e pela redemocratização em tempos idos e vividos. Tempos em que o sonho era uma promessa de dias melhores para todos os brasileiros,

“Lembra? O Congresso também vetou às diretas. Fomos para as ruas e praças e, meses depois, um civil ocupou a Presidência da República. Nós vencemos.”

E no tal exercício de lembrar acabei por me perder na sinuosidade do caminho percorrido...

XXXVII.

... até a vitória de Dilma na eleição de 2014.

Essa vitória não estava nos planos das forças políticas e econômicas que sempre foram hegemônicas no Brasil desde que as caravelas da Terra Mãe aqui chegaram. Uma vitória não digerida desde as primeiras horas que as urnas foram abertas.

A vantagem que o Sul e o Sudeste davam para Aécio Neves era enorme. No entanto, com o avançar da contagem de votos – com uma hora de atraso, por questões de fuso horário – do Norte e Nordeste promoveu a virada inesperada, o que fez aflorar ainda mais o sentimento de País dividido que hoje se vive. O tal climão entre “nós e eles” que citei tantas vezes no decorrer dessas reflexões.

XXXVIII.

Aliás, como pude demonstrar – espero –, não minimizo a tibieza da Senhora Presidente ao tentar dar um norte para o seu segundo mandato. Inclui-se aí as críticas mais contundentes que se faz na área econômica (prometeu ir para um lado, foi para o outro), a falta de diálogo, o isolamento nas decisões, o afastamento das bandeiras pelas quais foi eleita.

Reconheço também que não foram – e não estão – sendo fáceis os enfrentamentos que tais forças a submetem dia sim e outro também. Inclusive, e principalmente, a chamada Grande Imprensa. Que mais conspira do que informa.

De todas as formas, tenho cá minhas desconfianças (que a cada dia ganham contornos mais reais). A principal delas: este passo que, neste momento, damos para um estado de inconstitucionalidade (embora tenha uma camuflagem de legalidade) configura-se um retrocesso aos olhos do mundo. E perante nossas mais almejadas convicções democráticas.

XXXIX.

Não sei quanto tempo vamos levar para por a casa em ordem. Pode ser – repare, eu disse “pode ser” – que toda essa efervescência de denúncias e escândalos sirva para forjar um novo País, mais justo, mais solidário, e contemporâneo.

Temo, no entanto, que essas feridas causadas pelo divisionismo exacerbado não cicatrizem assim tão rapidamente. E aí nos encaminharíamos para o retrocesso e o descontrole social.

Não tenho a resposta definitiva para a pergunta-chave e motivadora.

Vencemos?

Ainda não, mas continuaremos na lida.

E acreditando...

Até porque essa garotada secundarista, que foi para a luta, é mesmo de renovar a esperança em um Brasil de todos os brasileiros.

XL.

Termino.

Ufa!

Não sei se escrevi tudo o que gostaria.

Mas, certamente, não escrevi uma palavra que não quis.

 
 
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