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Título: O acaso me traz Mariza
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 03/09/2016
 

Um momento de emoção em meio às desolações da semana.

Diria mesmo um raro encontro. Que me fez, por instantes, esquecer as notícias da semana, a viagem do Verdugo e sua comitiva, o cansaço natural da sexta-feira e até a boa estreia da seleção de Tite.

Não vou sequer citar o deja-vu das campanhas eleitorais e seus toscos candidatos, não quero aborrecê-lo, leitor.

Também não falo da truculência com que estão sendo reprimidas as manifestações ‘Fora Temer’. Vivi algo assim na minha mocidade, não gostaria que os jovens de hoje tivessem que passar por esse enfrentamento, bombas e cassetetes, apenas para expressar o que sentem.

É verdadeiramente triste, e tende a piorar.

Enfim...

Dizia eu do ‘momento de emoção’ – e é isso que desejo compartilhar no texto de hoje.

Amigo leitor, amada leitora, não é que, ao acaso, assim do nada, assisto ontem, no canal Arte 1, a um documentário ‘A História do Fado...” e sou apresentado à cantora Mariza que, em segundos, com suas interpretações pungentes, me arrebata de corpo e alma.

Como disse, bastaram os primeiros acordes do primeiro fado que a vi cantar para me perguntar entre embasbacado e curioso: Onde andei esse tempo todo que nunca ouvi falar da moça? Como vivi tanto tempo sem ouvir suas canções?

Sua trajetória de cantora é o fio condutor da narrativa. Ela é filha de mãe moçambicana e pai português. Foi morar em Lisboa aos 3 anos no bairro de Mouraria e, desde criança, acompanhou o pai nas rodas de fadistas tradicionais.

Fico sabendo, pelo documentário, que o fado tem origem no canto triste dos negros escravos do Brasil e é uma espécie de legado que a Família Real (que aqui se instalou em 1808) carrega para Portugal quando retorna a Lisboa em 1820.

Mariza, com ‘z’ mesmo, é considerada por muitos como uma sucessora da grande Amália Rodrigues. Explicam que, como Amália, é das raras fadistas a conseguir extrapolar as fronteiras de Portugal com seu canto.

Mariza não concorda.

Diz que Amália Rodrigues é única. Assim como Edith Piaf é única e Tom Jobim é único. São mensageiros do tempo e do lugar em que viveram. Comoveram o mundo.

Entendo então que a moça (tem 42 anos) julga-se apenas uma fadista que pede ao tempo mais tempo para cantar.

Sei que não é assim.

Perdoe-me a comparação, mas é necessário fazê-la: em muitas canções, Mariza me fez lembrar Elis Regina, nossa maior cantora, pela entrega, sentimento e verdade com que canta.

E isso nunca havia me acontecido.

Vou ao Google e ao Youtube saber tudo dela...

 
 
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