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Título: Kid Vinil
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 20/05/2017
 

Pedem para que eu escreva sobre Kid Vinil, o roqueiro apaixonado que ontem morreu, em São Paulo, aos 62 anos.

Serei sincero.

Há um artigo hoje, no Uol, do Jotabê Medeiros, co título “Kid Vinil, o herói do Brasil” que é bem melhor do que qualquer coisa que eu poderia escrever.

Mesmo assim, e se não for abusar da paciência dos leitores neste sábado, permito-me contar-lhes duas breves histórias sobre o tal “Herói do Brasil”.

II.

Não lembro se, naqueles idos dos anos 89, entrevistei Kid Vinil. É provável que não. Mas eu o encontrei duas ou três vezes em bastidores de shows de outros intérpretes em que trabalhei como jornalista.

Kid Vinil era interessadíssimo na cena artística roqueira, especialmente em Sampa, cidade onde construiu sua carreira de múltiplas funções (cantor, compositor, jornalista, radialista, produtor musical), todas ligadas ao rock.

III.

Num desses encontros, para uma roda de repórteres, gente da música e afins, Kid contou sobre o dia que conheceu Tim Maia nas dependências de uma gravadora. Ao ser apresentado, Kid se derreteu em elogios. Ao que Tim Maia, no melhor estilo Tim Maia, lhe respondeu:

“Cara, tu é aquele que canta “Sou Boy”? Tu desafina até pra respirar. Mas, é um cara legal”. E riu aquele riso descarado de quem adora um deboche. Depois lhe deu um imenso abraço.

Kid garantiu que se sentiu lisonjeado.

- O Tim Maia conhecia minha música.

IV.

Em outra ocasião, ainda por aqueles anos em que o rock nativo bombava, fui assistir ao show do grande astro de então, Lulu Santos, no Sesc Pompéia. Enfileirando um hit após outro, havia grande expectativa pela apresentação de Lulu em Sampa.

Quem fez o esquenta do show, no mesmo palco, foi Kid Vinil e o grupo Magazine A plateia se esbaldou ao som de “Sou Boy”, “Tic Tic Nervoso” e outros roquinhos bem sapecas. Cantou, dançou, divertiu-se a valer.

V.

Em seguida, durante o show principal, Lulu Santos mostrava-se visivelmente mau-humorada. No intervalo entre uma canção e outra, o homem desandava a falar mal de São Paulo. Do frio, da chuva, do trânsito, enfim... De tudo e de todos.

Não sei qual foi a bronca.

Mas, saí de lá com a sincera impressão de que o Lulu ficou enciumadíssimo com o sucesso de Kid Vinil.

 
 
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