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Título: Vou te contar...
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 07/06/2017
 

Alguém me perguntou, em tom zombeteiro, se acredito na cassação da chapa Dilma/Temer.

Era o assunto do dia, da semana, do mês, o amigo provocou. Talvez tenhamos uma decisão histórica e eu a elogiar o futebol varzeano no post de ontem.

Assim não dá, concluiu no mesmo tom de deboche.

Cada um que me aparece que vou te contar...

(...)

Para ser sincero até que gosto desses questionamentos.

Estou habituado a eles desde os tempos remotos das velhas redações por onde andei e escrevi, entre tantas histórias contadas, a minha própria história.

(...)

Toda vez que criticava um disco do Roberto Carlos – via de regra, eram mais do mesmo, nos anos 70 -, meus caríssimos cinco ou seis leitores já podem imaginar a enxurrada de reclamações que chegava aos ouvidos da minha chefia. Por telefone, carta e uma ou outra fã mais exaltada vinha tirar satisfação – e exigir direito de resposta.

Por dois ou três anos repetiu-se a ladainha. Até que o grande Almeidinha me convenceu a não usar os mesmos parâmetros que usava para avaliar os discos de Chico, Caetano, Gil e companhia para comentar os discos do Rei.

São coisas diferentes, para públicos distintos.

Falou e disse, o amigo e editor.

(...)

A coisa engrossou mesmo quando passei a assinar a coluna semanal Toque de Bola que abordava o noticiário de futebol da semana.

Escrevesse o que escrevesse era pau na certa. Sempre havia quem discordasse e, por vezes, apresentavam bons argumentos para defender a tese que defendiam.

Claro que a paixão pelo clube do coração falava mais alto.

Mas, deu para sentir que, de futebol, o brasileiro entende. Até mais do que aquele que escreve e/ou fala e se diz especialista na Imprensa.

(...)

O que lembro de mais emocionante nesses contatos com leitores foi o telefonema que recebi de um senhor logo pela manhã, assim que o jornal circulou na sexta-feira.

Tinha 90 anos, morava sozinho. Nem sempre gostava do assunto que eu escolhia como tema da coluna:

“Às vezes, foi fala muito de política, meu filho. E a vida bem mais do que essa tristeza”.

No entanto, acrescentou:

“Acho você batuta! Porque todas as sextas-feiras o jornal chega à porta e lá está você conversando comigo, mesmo naquelas letrinhas miúdas. “

E concluiu, com tristeza:

“Bem ao contrário dos meus filhos... Que só aparecem quando precisam que eu assine algum papel. ”

(...)

Quanto à questão que deu origem à crônica de ontem, vou ser sincero. Não entendo nada de leis, mas conheço um pouquinho do Brasil.

Penso que vão dar um jeito de segurar o Ilegítimo na presidência – e ponto e basta.

 
 
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