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Título: A Lua e eu
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 05/11/2006
 

"Lua, lua, lua... Por um momento,
meu canto contigo compactua" - (Caetano Veloso)


Ontem fui andar em um parque relativamente novo que a Prefeitura
criou no meio do cinza e do concreto aqui em São Bernardo, onde moro.

Uma área verde tão bonita, mesmo não sendo assim um Ibirapuera.

Tranqüilo, bem policiado (como convém aos nossos dias) e aconchegante. Fiquei entusiasmado. E me pus a andar pelas alamedas do parque. Era fim de um dia de sol, mas particular e docemente colorido para mim. Não sei explicar, mas havia uma sensação de paz, como de há muito não sentia.

No céu, a completar o cenário, havia uma Lua cheia já a despontar entre filetes de nuvens cinzas azuladas.

Pois não é que me veio uma cisma. Será que essa Lua gosta de mim como gosto dela? Ora ela surgia com contornos avermelhados ora esmaecia em pérola. E a dúvida permanecia em minha cabeça a pensar coisas que homem da minha idade não devia.

Mas, brilhava tanto, tanto que parecia rir do sim e do não que batucavam em minha cabeça e, de resto, marcam nossas vidas tão fugazes.

Eram tantas pessoas que iam e vinham ao meu redor. Que procurei disfarçar minha alucinação e automaticamente cumprimentei o primeiro que passou. Aí minha loucura aumentou.

Além de a Lua estar mais linda do que nunca, tinha agora outra dúvida. Do outro lado do parque, quando encontrasse novamente o desconhecido conhecido – pois caminhávamos em sentido contrário – deveria cumprimenta-lo de novo ou não. Lembrei-me da história que ontem narrei aqui, do Luiz Gustavo. Sim, não, sim, não, sim, não...

Estava nesse impasse quando notei a alegria dos caminhantes. Todos se maravilhavam com a música ambiente, a jardinagem, os aparelhos de ginásticas, as plantas, as pedras artificiais da queda d’água, o chafariz. Tudo que o homem bem intencionado criou e é mesmo motivo de aplausos.

Ninguém, no entanto, saudava o fato de estarmos ali a queimar calorias e projetar sonhos na mais perfeita harmonia.

Por isso, decidi agradecer, naquele momento, o Deus Menino que trazemos dentro de nós. E que se manifesta em encontros e despedidas, amigos que retornam, homens/mulheres que se aventuram, crianças que brincam e, no meu caso, de irreparável romantismo, quando me ponho a imaginar que aquela Lua resplandece e brilha só para mim.

 
 
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