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Título: Virada cultural
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 05/05/2007
 

Dormi o sábado todo.
Tanto, mas tanto que até perdi a hora de blogar.

Há um motivo, ao menos justificável, para o pesado sono. Estava me preparando para a terceira edição da Virada Cultural paulistana. Perdoem-me. Mas, considerem. Não sou mais um menino. Como então aproveitar essa notável promoção da Prefeitura de São Paulo em nome das artes? Há uma ênfase especial para a música popular – e vocês sabem o quanto gosto de música. Ao menos, fica clara essa paixão em todos meus post-crônicas...

A partir das 18 horas de hoje, serão aproximadamente 350 atrações a se revezarem em diversos palcos espalhados pelos quatro cantos da cidade. De Nação Zumbi a Erasmo Carlos. De João Bosco a Edgard Scandurra. De Juca Chaves a Fernanda Porto. Há opções para todos os gostos.

Por isso, fiz questão de estar inteiro para a maratona de espetáculos. Não posso perder o show de Alceu Valença que abre a Virada, na Praça da Sé de tantas histórias. Depois quero ver o Erasmo e o Clube do Balanço no Teatro Municipal, ali na Praça Ramos de Azevedo. Ah! Tem também o show da Tetê Spindola, no CEU Navegantes. Diz a nota que leio nos jornais: “A compositora instrumentista, dona de voz inconfundível, fará uma aula-show, com direito a canções inspiradas no canto dos pássaros”.

Canto dos pássaros? Sei, sei.

Acho que deve ser o mesmo espetáculo – ou muito próximo a ele – que a editora Beth Caló me incumbiu de cobrir para o Caderno de Cultura do DCI, ainda nos anos 90. Inesquecível.

Fui na estréia. Havia cinco pessoas na platéia e eu. Tetê vinha de uma temporada de pesquisa na Amazônia, me parece. Colheu uma série de cantos de pássaros nativos. A partir daí, bolou o show experimento que obedecia o seguinte roteiro. Os cinco ou seis espectadores de Tetê ouviam a gravação do canto original do pássaro e a seguir a cantora o reproduzia igualzinho, igualzinho. Outro pássaro, outra gravação e outra perfeita interpretação.

Foi hora e meia de espetáculo assim...

Em determinado momento da apresentação, ela desce do palco com o microfone na mão. Imita um pássaro e pede a um espectador que reproduza o mesmo som.

-- É fácil, ouça...

Pode ter sido simples para os cinco presentes – até porque não estranharia se fossem parentes e conhecidos da moça. Mas, para este pobre escriba foi um inenarrável vexame.

Quando ela imitou um bem-te-vi e pediu para que euzinho a acompanhasse na interpretação, só consegui dizer um acabrunhado:

“Ham! O quê? Como assim?”

Foi traumatizante.

Tanto que nem consegui fazer o texto para o jornal. E até hoje, vez ou outra, sempre que ouço o cantar de um bem-te-vi, disfarço e trato de sair rapidinho do lugar. Imagino que o bichinho está tirando uma da minha cara. Me dá um complexo de inferioridade. De incompetência sonora musical. É triste...

Pode ser exagero. Mas vou deixar para outra ocasião.

Restaram Alceu e Erasmo...

Como assim, o show do Alceu foi às 18 horas? O do Erasmo está para começar? Mas, eu moro em São Bernardo. Até chegar lá, já era...

Então, vamos a única virada que me resta. Vou desligar o computador, dar uma virada na cadeira, me atirar na cama e voltar a dormir...

 
 
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Autor: Beth Caló Data: 25/05/2010
Oi, Rodolfo. Estava procurando matérias minhas no google e achei você. Que bom que eu te pedi para fazer alguma coisa legal nos anos 90.
Mudei de casa recentemente, então ainda estou desconectada geral. Vejo alguns recados no Orkut de vez em quando.
Parabéns pelo blog.
Beijos
 
 
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