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Título: Meu reino
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 29/05/2007
 

Meu reino por uma história..

Que reino? Ora este blog que entra na reta de chegada do mês. Não podemos dar essa bobeira. Nem pensar. Será que bateremos o recorde de visita neste mês? Difícil. Março ainda está na dianteira, com mil e quatrocentas visitas. Andamos pela casa das mil e cem. Portanto, mais dois dias para saltarmos a barreira. Muito, muito difícil. 150 visitas diárias. Coisa rara de acontecer. Mas, não impossível. Depende dos meus cinco ou seis leitores, fiéis e dedicados.

A verdade, meus caros, é que o tal desafio a que me propus – escrever diariamente – é mesmo um grande barato. Especialmente neste fim de semestre quando tudo parece conspirar contra. Meus afazeres na universidade se acumulam – e tomam o tempo disponível e indisponível. Então, me sinto assim meio que perdido atrás de um tema que possa segurar de pé nossas muralhas. Hoje, é um desses dias. E, perceba, já estou no final do segundo parágrafo e ainda não me decidi para onde eu vou...

Ops. Ops...

Não aceito sugestão malcriada de ninguém, não. Muito menos quero ouvir aquela piadinha de mau-gosto. Sei que nenhum de meus diletos amigos pensou nisso. Mas é bom deixar claro a situação. Assim ganhei mais três linhas cheias de palavras – e vamos em frente.

Mas, para onde meu Deus?

Uma história, rápido. Uma história. Meu reino por uma história. É certo que não há lá grande vantagem em se apoderar de um ‘reino’ miado, como o deste escriba.

Aliás, aliás...

O sino da igrejinha aqui perto bateu seis horas. Hora da Ave Maria. Convém uma oração e me vem a lembrança, antiga, distante, que hoje me comove. Minha mãe ao pé do rádio esperando a benção do Padre Donizette que uma das emissoras de rádio paulistana transmitia lá nos confins dos anos 50. Parava tudo o que fazia – era hora de preparar o jantar para o marido que breve chegaria do dia na fábrica pano – e rezava em uníssono com o rádio a ave-maria. Depois, vinha a benção – e todos entendíamos que a jornada havia terminado, hora do descanso e do lazer. Agradecíamos o milagre de mais um dia vivido com saúde, o pão sobre a mesa, amizade e harmonia.

Alguém já me falou que ando nostálgico demais. Que meus textos tendem a consagrar como ideal o tempo que se foi. Não sei, mas uma coisa é certa. Não me sinto à vontade para transpor, neste espaço, o noticiário dos jornais. O rebuliço que anda a vida real. Operações navalhas, balas perdidas, invasões e que tais. Quero mais que esses textos sejam para vocês o que são para mim. Um espaço encantado, onde possamos despreocupadamente conversar sobre sentimentos, idéias e sonhos.

Aliás, como fazíamos nas ruas mal iluminadas do Cambuci. As cadeiras na calçada e todos se reuniam para por os assuntos em dia. Os homens caminhavam para o bar – o Astória ou o Bar do Pepino. As crianças, com suas brincadeiras de esconde-esconde, pega-pega, amarelinha, mula-manca, peões. A rir e a correr pra lá e pra cá. E as mulheres, com suas cadeiras, faziam uma roda e se punham a tricotar a lã e a tecer o novo dia. Que, acreditávamos, seria de todos nós.

Definitivamente, era este o meu reinar...

 
 
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Autor: Analy Cristofani Data: 29/05/2007
As cadeiras na calçada, as enchentes que eram até divertidas no nosso olhar infantil. Mas bom mesmo eram os almoços de domingo, naquele barracão (você conheceu?), com muita alegria, doces, que delícia. É assim mesmo Rodolfo. É isso que seus leitores (que são muito mais do que cinco ou seis) gostam de ler de você. O resto... o resto a gente preferiria nem saber que é notícia.
 
Autor: Celia Silva Data: 29/05/2007
não sei se faço parte dos cinco ou seis leitores seus.
mas estou aqui para ajudá-lo e bater esse "recorde"
vamos que vamos.
agora vou é trabalhar.
bjs
saudosista...
 
Autor: doris cristofani Data: 29/05/2007
Nunca mude!!!!!!!!!!!!
O que viveu,com certeza,se iguala a muitos momentos vividos por cada um de seus leitores....participei de momentos parecidos e inesquecíveis como as cadeiras na calçada ... presenciando o ontem,transporta ao hj uma naturalidade saudosista inigualável!!!!!
Parabéns e obrigada.
 
 
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