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Título: Nosso amor de ontem
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 06/06/2007
 

Não sei se reparam, mas o final da crônica de ontem ficou em aberto. Percebam:

“Ela não deixou que terminasse a frase. Deu um beijo mais demorado em seu rosto. As mãos se entrelaçaram. Um sorriso, um sussurro.

-- Eu também, bobo.

Ele acompanhou com os olhos o desaparecer do veículo na escuridão da sexta-feira, dia 5, do mais antigo dos anos. No tempo em que o amor transformava o mundo num tal de Planeta Sonho.”

Estaria a moça dentro daquele coletivo que se foi? Ou o casal permaneceu, ali, estático, de mãos entrelaçadas?

A princípio, parece que a moça se foi. Tudo leva a crer que sim. Então, o primeiro impulso foi terminar o texto assim, com apenas uma constatação.

“Simples. Complicado foi esperar até segunda-feira”.

Seria um final que seguiria o esquema dos blocos anteriores, marcados pelo frase:

Simples e complicado.

Só acrescentaria a espera angustiante do fim de semana. Quer dizer, não seria um final tão final assim. Pois, e aí o que aconteceria quando os dois se encontrassem na segunda?

II.

Na dúvida, preferi não fechar questão.

Pensei em outro final. Mais prático e, ao que consta, de acordo com a pegada atual.

A saber:

“Ele acompanhou com os olhos o desaparecer do veículo na escuridão da sexta-feira, dia 5, do mais antigo dos anos. No tempo em que o amor transformava o mundo num tal de Planeta Sonho.

Porém, o ônibus seguiu sem Fernanda. Ainda de mãos dadas com Bruno, foi direta ao assunto.

-- Então, Bru, na minha casa ou na sua?"

III.

Achei pouco condizente com o romantismo da história toda, mas algo procedente. Mesmo assim, preferi buscar outra solução. Vamos ver, como ficou:

“Ela não deixou que terminasse a frase. Deu um beijo mais demorado em seu rosto. As mãos se entrelaçaram. Um sorriso, um sussurro.

-- Eu também, bobo.

Ele acompanhou com os olhos o desaparecer do veículo na escuridão da sexta-feira, dia 5, do mais antigo dos anos. No tempo em que o amor transformava o mundo num tal de Planeta Sonho.

Simples. Complicado foi esperar a segunda-feira.

Que tardou mais chegou. Quando Bruno aportou na empresa, Fernanda já o esperava. Sorrindo, e com uma proposta.

-- Oiê. Tenho uma boa notícia pra você.

Ele todo sem jeito, mas apaixonado, balbuciou:

-- Ah é... é...

-- Então. Contei tudo para o Jorge. Que eu e você nos amamos e vamos ficar juntos. Eu e você. Gostou?

Bruno passara um fim de semana agradável na casa da sogra. Via agora o coração acelerar. Mas, por outro motivo: o tal Planeta Sonho acabava de virar um pesadelo. E se Jorge fosse ciumento? Porque Cininha, a oficial, era – e muito!!!”

IV.

Um tanto cínico. Difícil, mas não de todo impossível.

O outro final que pensei foi o óbvio – e mais próximo do real. Nem vale maior descrição. Bruno e Fernanda continuariam flertando no serviço, como se não existissem os respectivos. Aumentariam o envolvimento e a falação entre os pares. E naturalmente passaram a se entender como um casal, digamos, alternativo.

Ela começou a vir mais cedo para almoçar com ele. Bruno, por sua vez, esticava o serviço para dar carona à Fernanda, que virou Nanda. E a vida e o tempo foram tratando de ajeitar as coisas – ou de deixar tudo como estava.

Porque, afinal, ninguém é perfeito...

V.

E você?
Tem alguma sugestão de final para nossa história de ontem...

[Texto publicado no livro “Volteios - Crônicas, lembranças e devaneios”]

 
 
COMENTÁRIOS | cadastrar comentário |
 
Autor: Lu Bugni Data: 09/06/2007
História assim não tem final. Lá se vai a coitada da Fernanda, pensando para sempre no Bruno. Porque, com a aliança do doutor no dedo, há sempre que se pensar como é que as coisas teriam sido se ela tivesse mais coragem.
 
Autor: Analy Cristofani Data: 06/06/2007
E foi a melhor coisa que Fernanda fez. Dizer o que sentia a colocou duante da realidade dos fatos e em dúvida sobre as verdadeiras intenções de Bruno que, na verdade, a amava, mas não o suficiente para começar uma nova vida. Bruno foi, então, o companheiro dos sonhos de Fernanda para todo o tempo, a segurança insegura de saber existir o amor, mesmo que ele não fosse pra ela.
 
Autor: Celia Silva Data: 06/06/2007
Então, né...
ainda não tenho,
mas vou pensar...

bjs
 
 
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