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Título: As canções do tempo
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 11/06/2007
 

Peço um tempo à leitora Rosângela N.,
que me sugere um desafio: escrever
sobre “as diferenças da palavra TEMPO”.

Um desafio e tanto...

E vou topar.
Mas, preciso de um tempo.

Quem sabe amanhã?
Dia dos Namorados.
O tempo conspira contra ou a favor?
O sentimento que era – e não é mais?
Ou o que se achega de mansinho, como
quem nada quer, e acaba nos levando tudo?

Vou tentar amanhã.
Mas, não prometo.
Essa coisa de escrever diariamente
tem lá suas peculiaridades.

O que hoje planejei para amanhã
pode virar poeira na hora H, no dia D.
É o Tempo a demarcar
nossos destinos e sonhos...

Rosângela postou dia desses
(Brevíssimas 7 em 04.06.2007)
e eu queria, por enquanto, lhe dar
essa satisfação. E dizer que há tempos
pensava em enveredar suavemente
pelos caminhos do Tempo.
Faltava coragem.

Até porque não sei se sei.
Ou se lá algum dia eu soube.
Desaprendo a cada dia.

Tomara que esse tempo me inspire.

Nesses dias de estio, andei ouvindo
algumas canções de versos afins
para orientar meu futuro teclar...

Vou postá-las hoje aqui.
É um aperitivo...

I.

“O Tempo não pára no porto
Não apita na curva
Não espera ninguém”

* O Tempo, de Reginaldo Lessa.
Verso desconhecido, mas definitivo.
Vem comigo desde o longínquo ano de 1975.
Quanto tempo!

II.

“És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo”

* Oração ao Tempo – Caetano Velloso.
Só entendi esse verso quando nasceu
meu filho. Ainda é assim e sempre será...

III.

“Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo pode
estar por um segundo
Tempo Rei, ó, Tempo Rei, ó, Tempo Rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei”

* Tempo Rei – Gilberto Gil.
O dom do efêmero a moldar os sonhos.
Sobre nós, a mão da espirtualidade...

IV.

“Eu já estou com o pé na estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã"

* Nada será como antes – Milton Nascimento
e Ronaldo Bastos. Anos 70. A certeza de
que estávamos escrevendo a história.

V.

“Batidas na porta da frente
É o Tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei

Num dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o Tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o Tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer”

* Resposta ao Tempo – Aldir Blanc e
Cristóvão Bastos. Um diálogo sensível,
com o Senhor de Todos os Destinos
e conosco mesmo...

VI.
“Meu amor
O que você faria se só
te restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar
Me diz, o que você faria?
Ia manter sua agenda
De almoço, hora, apatia?
Ou esperar os seus amigos
Na sua sala vazia?
Corria prum shopping center
Ou para uma academia?
Pra se esquecer que não dá Tempo
Pro Tempo que já se perdia?
Andava pelado na chuva?
Corria no meio da rua?
Entrava de roupa no mar?
Trepava sem camisinha?
Abria a porta do hospício?
Trancava a da delegacia?
Dinamitava o meu carro?
Parava o tráfego e ria?”

* O Último Dia – Moska.
Perguntas sem respostas.
O preço da liberdade.
Responder o quê? A quem? Pra quê?

VII.

“Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.”

Todo o sentimento – Chico Buarque
E Cristóvão Bastos. Sem comentários.
Só a vida para nos dar o pleno
significado desses versos.
O último momento...

VIII.

Bem, o que vai sair depois
desses versos, eu não sei...
Ainda, não.
Se alguém tiver outras
sugestões, fique à vontade.

Adoraria colaborações...

 
 
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