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Título: Gerais de Minas
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 16/07/2007
 

Andei por Minas Gerais.

Foi a primeira vez que fiquei por lá mais do que o tempo necessário. Havia estado, quase por acaso, em algumas cidades, próximas à divisa com São Paulo – Monte Verde, Delfim Moreira, São Lourenço. Uma vez, garoto ainda, fui jogar futebol em Varginha. Não conhecia Belo Horizonte...

Desta vez, não. Deu para apear meus trens num bom hotel – e ficar zanzando pra lá e pra lá. Tão pra lá que quase não volto pra cá...

Gostei do que vi e vivi...

Nada, porém, transcendental. Simples, como doce de leite com queijo.

Simples, como a vida deveria sempre ser...

Descobri, por exemplo, que sou como casarios das gentes mais humildes. Sem eira, nem beira e nada na algibeira. (Principalmente depois de pagar a viagem).

II.

Repito. Gostei do que vi.

Foram além das minhas expectativas:

· as igrejas barrocas,
· as obras do Aleijadinho,
· os marcos do heroísmo de Tiradentes,
· o túmulo de Tancredo em São João Del Rey,
· a cidade natal de Guimarães Rosa,
· as iguarias de Dona Lucinha,
· o recital com a poesia de Drummond.

"Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?"

Tudo tão Minas.
Tudo tão Brasil.
Tão nosso.
De assustar, de tão meu...

III.

Não há como negar, porém. Fiquei mesmo tocado ao percorrer a Ladeira da Saudades, em Ouro Preto. O naco da montanha que separava as moradias de Dorothéia e do inconfidente Thomas Antônio Gonzaga – literariamente conhecidos como Marília e Dirceu.

Meus atentos cinco ou seis leitores sabem que essas histórias de amores impossíveis sempre me deixam assim, assim...

IV.

Não foi possível entrar na casa do poeta que ainda lá está, forte e soberba. No alto da ladeira a desafiar o tempo e jovens amores que se pretendem eternos.

Da janela mais alta, o inconfidente acenava um lenço branco para que a amada, de outra janela na casa ao pé do morro, pudesse vê-lo e, assim, estar junto a ele.

V.

Não, não me pus a acenar como incautos turistas fizeram ao ouvir as explicações do guia. Primeiro, porque guardo o segredo de quem é e sempre será a Marília deste combalido Dirceu. Depois, porque sou da geração que caminhou contra o vento, sem LENÇO e sem documento...

Não havia com o quê e para quem acenar...

 
 
COMENTÁRIOS | cadastrar comentário |
 
Autor: doris cristofani Data: 16/07/2007
Também senti sua falta...vc,seus textos,seu modo de falar de amor e trazer de volta a sensação de nunca estarmos sós nesse sentimento...
¨Minas...terra nossa...histórias nossas...amores de todos...¨
 
Autor: Celia Silva Data: 16/07/2007
Que bom que n ficou por lá.
senti sua falta.

bjs
 
 
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