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Título: Já era...
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 18/04/2008
 

A Menina de Cabelos Vermelhos (ou Levemente Avermelhados, de acordo com seus humores e amores) me contou. Teve uma recaída e foi encontrar-se duas vezes com o ex ou quase-futuro. Nem ela sabe bem...

Vai daí que os planos de viajar para Londres -- que ela tanto alardeou -- continuam de pé. Vai no fim do mês, me garantiu.

-- Maginaaaa!!!

Espantou- se quando me contou, com ares alegres, a peraltice e eu lhe fiz a pergunta que não quis calar. Londres miou?

-- Maginaaaa!!!

Ela não me disse. Mas eu saquei logo. Os planos de voltar – escrevo hoje e me cobrem no futuro – também foram antecipados. Se pensou em ficar seis meses, vai logo deixar de barato por um mês, um mês e meio. E olhe lá.

-- Ah, Sr. Autor, é coisa de mulher, defendeu-se.

A Menina de Cabelos Vermelhos tem pouco mais de 20, e não sabe. A coisa toda é assim desde que o mundo é mundo e Eva convenceu Adão a morder o fruto proibido e prazeroso. Exatamente por ser proibido é prazeroso – e vice-versa.

Vou lhes contar a história de dois amigos dos tempos das redações assoalhadas e encantadas pelo toc-toc das máquinas de escrever. Vou chamá-los de Paula e Bebeto, para reverenciar a música de Caetano e Milton Nascimento, trilha sonora daqueles difusos anos 70.

Conheceram-se na Redação. Ele, um tanto mais velho que nós. Ela, como eu e outros da nossa idade, a descobrir o mundo encantado das letrinhas e do jornalismo. Escrevia sobre teatro, eu sobre música, o saudoso Ismael sobre cinema e televisão.O moço era o editor, o senhor da verdade, aquele que mandava prender e mandava soltar; plenos poderes sobre os nossos textos, a nossa produção:

-- Isto é bom. Dá em manchete. Este outro, deixe-me ver, também é bom. Troca a manchete. O que você tem aí? Deixa eu ver... Fraco, muito fraco. Esquece...

Não éramos ninguém para discordar. Até porque o cara sabia o que estava fazendo.

Paula era uma moça bonita. Lembro mesmo o dia em que Bebeto disse ao fotógrafo, amigo de outras parada:

-- Campeão, inventa uma pauta. Tira essa moça daqui, senão me apaixono...

Romeu, o ‘retratista’, que conhecia o amigo há tempos, profetizou:

-- Quer saber, compadre? Você está entregue. Já era.

AMANHÃ CONTINUA...

 
 
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